16 de mar. de 2014

A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
Subsídio Teológico
Leitura Bíblica: 1Co 2:4,5,9-15

INTRODUÇÃO

Um dos ensinos básicos das Escrituras, que os seguidores da doutrina pentecostal, principalmente os da Assembléia de Deus, nunca pode desconsiderar, é o de que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Trindade, ou seja, é uma das Pessoas que formam o Único e Soberano Deus e, como tal, é uma Pessoa, jamais uma força ou influência.

I - A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

O que nos leva a entender que o Espírito Santo é uma pessoa? O fato do Espírito sentir, perceber o que se passa na vida do crente. Um objeto não tem essa capacidade.
Meu relógio não sente quando meu pulso está falhando, mesmo estando atado a ele. Entretanto, uma pessoa tocando em meu pulso poderá afirmar: ele não está passando bem. Somente uma pessoa tem essa capacidade. Assim, o Espírito Santo é uma pessoa que ama, entristece e sofre. Ele fala, age e opera funções de uma pessoa.
A crença na personalidade do Espírito Santo é uma das características da fé cristã. Esta crença deriva do exame preciso e cuidadoso de passagens bíblicas, e contrasta com a noção explicada por muitas seitas. Algumas seitas apresentam o Espírito Santo como sendo uma influência impessoal, uma força ou uma energia. Entretanto, a Palavra de Deus nos revela que o Espírito Santo é uma pessoa, pois menciona atitudes e ações do Espírito que somente uma pessoa pode ter. Ele possui uma mente, vontade e emoções, que são características de uma pessoa e não de uma influência ou força.   Vejamos algumas provas bíblicas:
01) O Espírito Santo entristece -- "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" (Ef 4:30). Somos admoestados a não entristecer o Espírito Santo, retratando, portanto, que Ele possui as emoções de uma pessoa. Ele sofre quando pecamos e se entristece com as manifestações do nosso pecado.
02) O Espírito Santo tem ciúmes - "Infiéis, não compreendeis que a amiizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus. Ou supondes que em vão afirma a Escritura: é com ciúme que por nós anseia o Espírito, que Ele fez habitar em nós?"(Tg 4:4,5). Quando traímos a Deus através dos nossos pecados, ambigüidades, contradições, negações da fé, amasiamentos com o mundo, o Espírito de Deus sente ciúmes, como o marido, quando a mulher adultera e vice-versa. Ele sente ciúmes do adultério moral (impureza), espiritual (idolatria), econômico (amor ao dinheiro) e político (paixão e esperanças políticas mais acentuadas em relação ao programa humano que ao Reino de Deus). O Espírito Santo não é simplesmente alguém que entra em nós e depois sai. Ele vem e fica. Além disso, Ele não está presente para energizar-nos a vida. Não. Ele é uma pessoa com a qual mantemos relações pessoais.
03) O Espírito Santo pensa (Rm 8.27) E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos” - Neste texto, as Escrituras dizem que o Espírito Santo examina os corações, ou seja, examinar é raciocinar, é calcular, é emitir juízos. Uma força jamais pode calcular, jamais pode examinar, só uma pessoa pode fazê-lo. Noutro trecho, diz que o Espírito Santo compara, ou seja, faz juízos, julgamentos, o que é exclusivo de uma Pessoa (I Co.2:13)“As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais”.
04) O Espírito Santo tem sentimentos, ama(Rm 15:30 -"Rogo-vos irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito..."). Neste texto, as Escrituras dizem que o Espírito Santo tem amor, ou seja, ama, tem sentimentos. Uma força não pode amar, somente uma pessoa. Mas, em outro trecho, a Bíblia recomenda que o Espírito pode se entristecer (Is.63:10; Ef.4:30). Uma força, um "fluir" nunca pode ficar triste, somente uma pessoa. Mas o Espírito Santo não só Se entristece, como a Palavra os diz que Ele tem alegria, que Ele Se alegra, tanto que faz com que as pessoas sintam a Sua alegria, a começar pelo próprio Senhor Jesus (Lc.10:21) e, depois, dos discípulos (I Ts.1:6). Mas as Escrituras também nos revelam que o Espírito Santo tem ciúmes, ou seja, tem zelo pelos servos do Senhor, outro sentimento impossível para uma mera força –“Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?(Tg.4:5).
05) O Espírito Santo determina(I Co 12.11)” Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer - Neste texto, é dito que o Espírito Santo reparte, como quer, os dons espirituais entre os crentes, ou seja, tem vontade, tem autodeterminação, algo que jamais uma força pode ter, mas tão somente uma pessoa. Em At.2:4, também é dito que os discípulos falavam línguas estranhas conforme a concessão que lhes dava o Espírito Santo, ou seja, quem determinava qual língua e quando deveria ser ela falada era o Espírito, algo que uma força jamais poderia realizar. Diferente não foi no chamado Concílio de Jerusalém, onde o Espírito Santo deu o Seu parecer a respeito da discussão a respeito da observância da lei de Moisés (At.15:28).
06) O Espírito Santo convence(Jo 16:8)E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” - Jesus disse que o Espírito convenceria o mundo do pecado, da morte e do juízo. Uma força não pode convencer, quando muito pode deter ou obrigar uma determinada atitude. Só uma pessoa pode convencer alguém, pode argumentar e obter a anuência, a adesão da vontade de outrem. O convencimento é fruto de uma argumentação, ou seja, de uma operação intelectual, de uma série de raciocínios, de ponderações, de julgamentos. Somente uma pessoa é capaz de fazê-lo e, quando Jesus nos indica que o Espírito Santo o faz, está a dizer-nos que se trata de uma Pessoa.
07) O Espírito Santo glorifica (Jo.16:14) Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” – Jesus disse que o Espírito Santo O glorificaria. Ora, uma força não pode dar glória a ninguém, porque glorificar, dar glória envolve consciência, capacidade de perceber que alguém é divino e que, por isso, merece honra e glória. Por isso, só os homens e anjos, seres dotados de consciência, podem fazê-lo, nem mesmo os seres vivos irracionais. Deste modo, não há como deixar de reconhecer que o Espírito Santo, tal como Jesus no-lO mostra, é uma Pessoa.
08) O Espírito Santo tem consciência de Si e dos outros (Jo.16:13)” Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” – Jesus revelou que o Espírito Santo não fala de Si mesmo. Ora, se o Espírito Santo não fala de Si mesmo, é porque sabe discernir entre Si mesmo e os outros. Esta expressão bíblica é muito importante, porque desmente todo e qualquer pensamento que busca entender nas Pessoas divinas tão somente um “modo”, ou seja, tão somente uma expressão de uma suposta única Pessoa (como fazem os chamados “unicistas” ou “modalistas”, que, por exemplo, se revelam em movimentos como o “Voz da Verdade”). Aqui Jesus é bem claro ao dizer que existe aquilo que é do Espírito Santo e o que é do Filho (e, por extensão, também podemos inferir daquilo que é do Pai). Se o Espírito glorifica ao Filho e não fala do que é de Si mesmo, é porque existe aquilo que Lhe é próprio, assim como o que é próprio de Cristo. Tem-se, portanto, que o Espírito Santo é uma Pessoa.
09) O Espírito Santo fala(Atos 8:29) - "Então disse o Espírito a Filipe: aproxima-te desse carro e acompanha-o..." - Aqui, percebemos que o Espírito Santo é um Ser que fala. Ora, uma força não pode falar, mas uma Pessoa, sim. Tanto é certo que o Espírito Santo fala que, em At.13:2, isto é explicitamente mencionado, como também em I Tm.4:1 e Hb.3:7, bem assim em todas as cartas que Jesus enviou às igrejas da Ásia Menor (Ap.2:7,11,17,29; 3:6,13,22), como num instante em que se fazia a revelação a João das coisas que brevemente hão de acontecer (Ap.14:13).
10) O Espírito Santo ouve (Jo.16:13) – No mesmo texto já mencionado, a Bíblia diz que o Espírito Santo dirá aquilo que tiver ouvido. Portanto, é um ser, é uma Pessoa, pois tem capacidade de ouvir e não é um simples ouvir, mas um ouvir que retém e que discerne o que se ouve para depois o anunciar.
11) O Espírito Santo ensina (Jo.14:26) –Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” - Só uma Pessoa pode nos ensinar, somente uma Pessoa pode ser Mestre e o Espírito Santo tem como uma de suas principais funções a de ensinar os discípulos do Senhor Jesus enquanto aqui estiverem aguardando o seu Salvador.
Observe o final do versículo:“...e vos fará lembrar...” - Quando Jesus diz que o Espírito Santo nos faria lembrar de tudo quanto o Senhor Jesus nos tem dito, está a nos revelar uma face maravilhosa deste Professor e Mestre que é o Espírito Santo. O Espírito Santo não só é um Mestre (algo que uma força não pode ser, como o vimos), como também é um Mestre dedicado, um Professor comprometido com os Seus alunos. Um bom professor é aquele que está preocupado em verificar se os seus alunos aprenderam e, por isso, sempre os faz lembrar daquilo que os ensinou. É exatamente este o papel do Espírito Santo. Quando Ele nos faz lembrar, não é porque seja uma força cega, um “remédio para a memória”, mas, bem ao contrário, é um Professor dedicado, que mostra ser uma Pessoa não só porque ensina, mas também porque ama e quer o melhor para os Seus alunos, quer que Seus alunos efetivamente aprendam o que lhes foi ensinado. Tanto assim é que sua ação não é meramente de lembrança, mas também de juízo de conveniência, pois nos lembrar o que convém falar é algo que uma força jamais poderia fazer (Lc.12:12)” Porque na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar”.
12) O Espírito Santo ora (Rm.8:26) E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”; ”E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai”(Gl.4:6) – Ao dizer que o Espírito Santo ora, ajudando os crentes nas suas fraquezas, o texto sagrado mostra-nos que o Espírito Santo é uma Pessoa, pois só uma Pessoa pode orar.
13) O Espírito Santo é constantemente referido em igualdade de tratamento com outras pessoas - Sabemos que o Pai e o Filho são pessoas, e em Mateus 28:19 Jesus ensina aos discípulos que deveriam batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Isto indica que o Espírito Santo também é uma pessoa, como os outros dois. Em Atos 15:28, Tiago fala do Espírito Santo como uma pessoa capaz de pensamentos e idéias, tão pessoal quanto os apóstolos que deviam seguir os Seus ensinamentos.
Ante tantas evidências da Palavra de Deus, como não reconhecer que o Espírito Santo é uma Pessoa?

II. A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO

A Bíblia não se limita a mostrar que o Espírito Santo é uma Pessoa, mas também nos revela que é uma Pessoa Divina, ou seja, é uma das Pessoas que compõem este mistério que é a Santíssima Trindade, este Deus que é triúno, ou seja, um Único Deus que está em três Pessoas.
Esta natureza divina do Espírito Santo encontra-se explícita e implícita na Palavra de Deus, ou seja, não só o texto sagrado diz abertamente que o Espírito Santo é Deus, como também confere atributos e características ao Espírito Santo que indicam que Ele é Deus, já que se trata de qualidades exclusivas da Divindade.
O texto mais explícito a respeito da divindade do Espírito Santo está em At.5:3,4, quando o texto sagrado nos conta a respeito do episódio que envolveu Ananias e Safira na igreja de Jerusalém. Indagado por Pedro a respeito do valor da venda da propriedade, Ananias mentiu, dizendo que o valor depositado ao pé dos apóstolos era o efetivo valor da venda. Diante desta mentira, Pedro diz que Ananias havia mentido ao Espírito Santo e, por isso, havia mentido não aos homens, mas a Deus. Temos, portanto, explicitamente reconhecida a divindade do Espírito Santo, prova de que os apóstolos reconheciam o Espírito Santo como Deus, ou seja, que a doutrina da divindade do Espírito Santo é a genuína e autêntica doutrina da igreja primitiva. A propósito, se Ananias mentiu ao Espírito Santo, temos mais uma prova de que o Espírito Santo não é uma força, pois não se pode mentir senão a uma Pessoa.
Ainda, a Deidade do Espírito Santo pode ser provada:
a) pelos Seus Nomes:
1) Nomes que relacionam o Espírito em pé de igualdade às demais Pessoas da Trindade (1Co 6.11).
2) Nomes que O apresentam realizando obras que somente Deus pode fazer (Rm 8.15; Jo 14.16).
b) por Suas Obras - Ao Espírito são atribuídas obras que somente Deus pode realizar:
1) Criação (Gn 1.2).
2) Inspiração (2Pe 1.21).
3) Gerar a Cristo em Sua encarnação (Lc 1.35).
4) Convencer o homem (Jo 16.8).
5) Regenerar o homem (Jo 3.5,6).
6) Consolar (Jo 14.16).
7) Interceder (Rm 8.26,27).
8) Santificar (2Ts 2.13).
c) por Sua Associação em pé de igualdade - Com as demais Pessoas da Trindade (At 5.3,4; Mt 28.19; 2Co 13.13).
Além dos trechos bíblicos indicados nos subitens acima, que nos revelam que o Espírito Santo é Deus, não podemos deixar de mencionar as passagens em que há a expressa revelação da Trindade Divina e nos quais sempre o Espírito Santo está presente.
Em primeiro lugar - na fórmula do batismo - tal qual como estabelecida pelo Senhor Jesus, em que se manda batizar no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt.28:19), expressão esta que demonstra que há uma igualdade entre estas três Pessoas, de forma que é, assim, expressamente reconhecida a Deidade do Espírito Santo, bem assim a própria unidade divina, já que se fala no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e não “nos nomes”, o que permitiria dizer que os cristãos seriam “triteístas”(isto é, que acreditariam em “três deuses”), como acusam, falsamente, tanto judeus quanto muçulmanos e que, como vemos, não é, em absoluto, o ensino do Senhor Jesus à Sua Igreja.
Em segundo lugar, temos o texto de II Co.13:13 –“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém – Deste texto se originou a chamada “bênção apostólica”, em que, também, o apóstolo indica a igualdade que existe entre as três Pessoas divinas, a ponto de invocar-lhes por igual no instante da súplica da bênção. Embora distintas, porém, como vemos no texto da bênção, trata-se de uma única bênção, contribuindo cada Pessoa com uma determinada função, a demonstrar, uma vez mais, a triunidade divina. O Espírito Santo contribui com a comunhão, que é precisamente o Seu trabalho na presente dispensação: o de nos fazer um com o Pai e o Filho.
Em terceiro lugar, temos o texto de Ef 4:4-6 –“Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só SENHOR, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós”. Este trecho que, também, revela a triunidade divina, mostra-nos que o Espírito Santo é igual ao Pai e ao Filho e, portanto, é Deus.Paulo, ao dissertar sobre o mistério da Igreja, que é o tema central da sua carta aos efésios, deixa bem claro que há um só Espírito, um só Senhor e um só Deus e Pai de todos, mostrando, assim, claramente que Deus é único, mas três são as Pessoas: o Pai, o Filho (o Senhor) e o Espírito. A estes “um só”, o apóstolo contrasta com os “todos”, que somos nós, a Igreja, que, apesar de sermos todos, formamos uma “unidade” em virtude da fé, da esperança da vocação e do batismo.
O Espírito Santo e seus atributos divinos - As Escrituras, também, indicam a deidade do Espírito Santo mediante um conjunto de textos implícitos, ou seja, textos que não dizem expressamente, como nos casos acima, que o Espírito Santo é Deus, mas que, ao conferirem certos atributos e qualidades ao Espírito Santo, dizem que Ele é Deus, vez que somente Deus pode ter as características indicadas nestes textos e atribuídas ao Espírito.
Em primeiro lugar, o Espírito Santo é onisciente, ou seja, sabe todas as coisas (I Co.2:10,11) – O apóstolo Paulo ensina-nos que só quem sabe as coisas que Deus sabe é o Espírito Santo. Ora, Deus sabe todas as coisas e, portanto, o Espírito Santo, se sabe o que Deus sabe, também sabe todas as coisas. Se o Espírito sabe todas as coisas, é onisciente e só Deus é onisciente, de forma que o que o texto está a nos dizer é que o Espírito Santo é Deus.
Em segundo lugar, o Espírito Santo é onipresente, ou seja, está em todos os lugares ao mesmo tempo (Sl.139:7-10) – O salmista diz-nos que não há como fugir da presença do Espírito do Senhor, pois Ele está em todos os lugares. Ora, só Deus pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, pois isto é um atributo que Lhe é exclusivo. Se o Espírito Santo está presente em todos os lugares, como diz o salmista, esta é uma outra maneira de as Escrituras nos revelarem que o Espírito Santo é Deus.
Em terceiro lugar, o Espírito Santo é onipotente, ou seja, tem todo o poder (Lc.1:35,37; I Co.12:11) – Nos dois textos mencionados, é dito que o Espírito Santo faz coisas impossíveis ao homem, pois nada Lhe é impossível, como também que ele opera todas as coisas, conforme a Sua vontade. Os dois textos mostram, assim, que não há limite para a operação do Espírito Santo, que pode fazer tudo o que quiser. Ora, isto nada mais é que onipotência, que é outro atributo exclusivo da divindade. Assim sendo, temos que o Espírito Santo é Deus.
Em terceiro lugar, o Espírito Santo é eterno (Hb.9:14) – Eterno é o ser que não tem princípio nem fim. Todas as criaturas têm, pelo menos, um início (Gn.1:1). Só Deus é eterno, pois só Deus não tem princípio nem fim e, por isso, é o princípio e o fim (Ap.1:8; 22:13). Se é dito que o Espírito é eterno, temos que Ele é Deus. A propósito, a Bíblia assim O indica já no livro do Gênesis. Quando é dito que Deus criou os céus e a terra no princípio, a revelar que as criaturas todas têm, pelo menos, um início, também afirma que o Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas(Gn.1:2) , ou seja, o Espírito não era algo que tenha tido um início, embora ali já estivesse, o que se constitui em mais uma demonstração da Sua eternidade e, por isso mesmo, da Sua deidade.
Em quarto lugar, o Espírito Santo é santo (Ef.1:13 ; Lc 11:13 e mais outras 83 vezes) – Talvez não haja mais demonstrações da deidade do Espírito senão a atinente à Sua santidade, tanto que o próprio nome desta Pessoa divina incorporou a característica, sendo 85 vezes dito nas Escrituras que o Espírito é “santo”. Ora, a santidade é um atributo exclusivo de Deus. O próprio Deus diz, mais de uma vez, que é santo (Lv.11:45; 20:26; 21:8; I Pe.1:15; I Jo.2:20;Ap.15:4). Portanto, se o Espírito é “santo”, isto é mais uma eloqüente demonstração de que Ele é Deus.
Em quinto lugar, o Espírito Santo é a verdade (I Jo.5:6) – O texto mencionado é explícito ao dizer que o Espírito é a verdade. Jesus, mesmo, disse que o Espírito Santo é o Espírito de verdade (Jo.16:13). Ora, só quem pode ser a verdade é o próprio Deus – “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é”(Dt.32:4);Mas o SENHOR Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno; ao seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação”( Jr.10:10) e uma das demonstrações de deidade de Jesus é precisamente o fato de Ele ter Se identificado com a verdade (Jo.14:6). Portanto, quando as Escrituras dizem, expressamente, que o Espírito Santo é a verdade, estão a afirmar, mais uma vez, a divindade do Espírito Santo.
Em sexto lugar, o Espírito Santo é fonte de vida (Rm.8:2)Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte”. É tanto que fez gerar o Filho no ventre de Maria (Lc.1:35), a demonstrar, portanto, que o Espírito Santo é Criador. A propósito, fez Jesus tornar à vida, ressuscitando-O dentre os mortos (Rm.8:11). Mais ainda: não só produz vida física, como também, vida espiritual (II Co.3:6). Só Deus pode realizar estas coisas, pois só Ele é o Criador da vida. Assim, se o texto sagrado diz que o Espírito faz tais coisas, é porque está a dizer que Ele é Deus.
Em sétimo lugar, o próprio testemunho de Jesus(Jo 14:16) – Jesus revelou que subiria para o Pai, mas disse aos discípulos que não os deixaria órfãos, pois pediria ao Pai um “outro” Consolador. Quando o texto sagrado nos fala do “outro” Consolador, está a dizer que seria enviado alguém que tivesse a mesma natureza de Cristo, ou seja, a natureza divina. Tanto assim é que o Senhor disse que este “outro” Consolador ficaria com os discípulos “para sempre”, ou seja, tem-se aqui mais um indicativo da natureza divina deste Consolador, a saber, a “eternidade”.
Este texto mostra claramente a Trindade, senão vejamos: “Eu” – é Jesus que está falando. “Rogarei ao Pai”- O Pai é a quem Jesus ia pedir. Até aqui são duas Pessoas. “Ele vos dará Outro Consolador” - Este “outro”, uma Terceira Pessoa.
Quanto a esse “Outro Consolador”, poderia haver dúvida se Jesus não mencionasse o seu nome. Poderia ser Miguel, Gabriel ou um Querubim. Mas, para que dúvidas não houvesse, o Senhor Jesus disse quem seria esse “Outro”, deu o seu nome: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14:26). Para nós, que pela misericórdia de Deus, podemos crer, aqui estão as Três Pessoas da Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Como, então, diante de tantas evidências, não reconhecer que o Espírito Santo é Deus?
III – O ESPIRITO SANTO É UMA PESSOA DISTINTA DO PAI E DO FILHO
Ao investigarmos a doutrina da deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento ensina a unicidade da divindade (1 Co 8.4; Tg 2.19) e, no entanto, revela a distinção de pessoas na divindade: o Pai é Deus (Mt 11.25; Jo 17.3; Rm 15.6; Ef 4.6); o Filho é Deus (Jo 1.1, 18; 20.28; Rm 9.5; Hb 1.8; Cl 2.9; Fp 2.6; 2 Pe 2.11); o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Ef 2.22). O Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos outros na Bíblia (Jo 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13), de tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras. São três benditas e santíssimas pessoas que compõem apenas uma divindade. Portanto, na unidade da divindade há uma trindade de pessoas, da qual o Espírito Santo é o Executivo.
Vimos nos dois tópicos anteriores comprovação incontestável acerca da divindade do Espírito Santo. Conquanto estas evidências bíblicas sejam irrefutáveis, ainda insurge no meio dos crentes sutis ensinamentos que buscam confundir os incautos de que, embora o Espírito Santo seja uma Pessoa Divina, Ele se confunde ou com o Pai, ou com o Filho. Assim, o Espírito Santo seria ou o Pai ou o Filho, mas não uma “terceira” Pessoa.Tal ensinamento, tanto quanto os que negam a personalidade e/ou a divindade do Espírito Santo, não pode ser aceito pelos servos de Deus. O Espírito Santo, embora seja um com o Pai e com o Filho, é uma Pessoa distinta, que não Se confunde com nenhuma das outras duas.
O texto da Bíblia que é mais utilizado pelos falsos mestres para demonstrar suas teorias falsas é o de Jo 14:18:” Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós”. Dizem eles que, segundo este texto o Espírito Santo nada mais seria do que o próprio Jesus que teria retornado para conviver com a Igreja, ainda que de forma invisível e incorpórea. Afinal de contas, dizem estes hereges, o Senhor disse que não nos deixaria órfãos, masvoltaria para nós”. Entretanto, esta expressão não tem a ver com uma volta da Pessoa de Cristo para o convívio da Igreja, como durante o ministério terreno, mas, sim, com o Seu retorno por intermédio do Espírito Santo. O Espírito tornaria Jesus presente, fazendo-nos lembrar dos Seus ensinos, do Seu exemplo, levando-nos à comunhão com o Pai e o Filho, por meio de uma vida de santificação, de oração e de meditação na Palavra do Senhor. Assim, por meio do Espírito, sentimos a presença de Jesus, enquanto não chega o dia do arrebatamento, quando aí, sim, passaremos a ter a presença pessoal do Filho, semelhante e até mais profunda que a que havia entre Jesus e Seus discípulos durante o Seu ministério terreno.
Os falsos mestres procuram forçar o texto supracitado para confundir Jesus com o Espírito Santo e dizer que o Espírito Santo, quando “desceu” no dia de Pentecoste, seria o próprio Jesus, só que em forma incorpórea. Mas, isto é facilmente refutado pelo Bíblia Sagrada:
Por primeiro, no batismo de Jesus(Mt.3:16,17), temos as três Pessoas Divinas, a mostrar que são distintas e não Se confundem umas com as outras: O Filho, que feito carne (Jo.1:14), era batizado por João Batista, enquanto que o Pai, do céu, dava testemunho do Filho e o Espírito Santo, em forma de pomba, descia sobre Cristo. Como dizer, então, que as Pessoas Se confundem?
Por segundo, o Espírito Santo não foi recebido pelos discípulos no dia de Pentecoste, como argumentam estes falsos ensinadores, o que explicaria a “volta de Cristo” como Espírito Santo. Os discípulos receberam o Espírito Santo antes da ascensão de Cristo, quando ainda estavam no cenáculo, como nos dá conta o texto de Jo.20:22:” E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. Quando Jesus assoprou sobre os discípulos, disse que haviam recebido o Espírito Santo. No dia de Pentecostes, eles foram revestidos de poder(Lc.24:49), o que é outra coisa bem diversa, mostrando-nos a coexistência entre Jesus e o Espírito Santo. Aliás, esta coexistência foi uma característica durante todo o ministério terreno de Jesus. A partir do batismo, vemos Jesus sendo ungido pelo Espírito Santo, para cumprir a obra do Pai (At.10:38). Jesus orou ao Pai, alegrando-se no Espírito Santo (Lc.10:21), a provar que as Pessoas são distintas e não Se confundem.
Como dizer, ainda, que Jesus é o Espírito Santo, se o próprio Jesus disse que o Espírito não falaria de Si mesmo, mas, sim, de Jesus; que não glorificaria a Si mesmo, mas, sim, a Jesus (Jo.16:13,14)?  Por fim, como dizer que Jesus é o Espírito Santo se o Espírito e a Igreja estão a pedir a volta de Jesus (Ap.22:17)?
Mas, ainda, alguém poderá argumentar: Se o Espírito Santo não se confunde com o Filho, não poderia ser ele o Pai? A resposta também é negativa. Jesus disse que o Espírito Santo seria enviado pelo Pai (Jo.14:16), de modo que se o Pai enviaria o Espírito Santo, isto é porque não se confunde com o Espírito. Além do mais, o Espírito clama ao Pai (Gl.4:6), de sorte que também não pode haver confusão entre estas duas Pessoas.
Temos, portanto, que o ensino bíblico, a revelação divina através das Escrituras Sagradas mostra-nos, com clareza, que o Espírito Santo é uma Pessoa divina, Pessoa que não se confunde nem com o Pai, nem com o Filho.

IV - CONCLUSÃO

Concluindo, podemos dizer que “o Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são. Ele é chamado Deus (At 5.3,4) e Senhor (2 Co 3.18). Quando Isaías viu a glória de Deus (Is 6.1-3), escreveu: 'Ouvi a voz do Senhor...vai e diz a este povo' (Is 6.8-9). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: 'Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo' (Cf. At 28.25, 26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus. Ele faz parte da Santíssima Trindade. Ele é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2 Co 13.13) e, a Bíblia afirma que os três são um (1 Jo 5.7). Assim, há 'um só Espírito' (Ef 4.4); 'um só Senhor' (Ef 4.5); e 'um só Deus e Pai de todos' (Ef 4.6). O Espírito é chamado 'Espírito de Deus' (Rm 8.9); 'Espírito do Pai' (Mt 10.20); 'o Espírito de Cristo' (Rm 8.9; 1 Pe 1.11); 'o Espírito de Jesus' (At 16.7), indicando assim que Ele os representa e também age por Eles; quando o Espírito Santo opera, o Cristo vivo está presente (Jo 14.18)”(Revista Ensinador Cristão).
O Espírito Santo não é o “fluir de Deus”, como os falsos mestres dizem. Esta frase está em voga atualmente, e representa uma negação da personalidade do Espírito Santo. O Espírito Santo não é um “fluido”, não é uma “energia”, “influência” ou “força ativa” que venha da parte de Deus, mas é uma das três Pessoas da Trindade Divina. Ele é indiscutivelmente Divino. Ele é Deus.
As verdades bíblicas ditas acima transcendem a razão humana e as aceitamos alegremente pela fé. A fé precede a doutrina – “Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido”(1 Tm 4.6).
-----
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD/Assembléia de Deus –Ministério Bela Vista/Fortaleza-CE.
----------
Fonte de Pesquisa: PORTAL EBD-Comentário Bíblico do Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco, Prof Antonio Sebastião da Silva; Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Revista Ensinador Cristão.



Nenhum comentário:

Postar um comentário