A
DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
Subsídio Teológico
Leitura Bíblica: 1Co 2:4,5,9-15
Leitura Bíblica: 1Co 2:4,5,9-15
INTRODUÇÃO
Um dos ensinos básicos das
Escrituras, que os seguidores da doutrina pentecostal, principalmente
os da Assembléia de Deus, nunca pode desconsiderar, é o de que o
Espírito Santo é uma das Pessoas da Trindade, ou seja, é uma das
Pessoas que formam o Único e Soberano Deus e, como tal, é uma
Pessoa, jamais uma força ou influência.
I - A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
O que nos leva a entender que o
Espírito Santo é uma pessoa? O fato do Espírito sentir, perceber o
que se passa na vida do crente. Um objeto não tem essa capacidade.
Meu relógio não sente quando meu
pulso está falhando, mesmo estando atado a ele. Entretanto, uma
pessoa tocando em meu pulso poderá afirmar: ele não está passando
bem. Somente uma pessoa tem essa capacidade. Assim, o Espírito Santo
é uma pessoa que ama, entristece e sofre. Ele fala, age e opera
funções de uma pessoa.
A crença na personalidade
do Espírito Santo é uma das características da fé cristã. Esta
crença deriva do exame preciso e cuidadoso de passagens bíblicas, e
contrasta com a noção explicada por muitas seitas. Algumas seitas
apresentam o Espírito Santo como sendo uma influência impessoal,
uma força ou uma energia. Entretanto, a Palavra de Deus nos revela
que o Espírito Santo é uma pessoa, pois menciona atitudes e ações
do Espírito que somente uma pessoa pode ter. Ele possui uma mente,
vontade e emoções, que são características
de uma pessoa
e não de uma influência ou força. Vejamos algumas provas
bíblicas:
01)
O Espírito
Santo entristece
-- "E não
entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para
o dia da redenção"
(Ef 4:30). Somos admoestados a não
entristecer o
Espírito Santo, retratando, portanto, que Ele possui as emoções de
uma pessoa. Ele sofre quando pecamos e se entristece com as
manifestações do nosso pecado.
02) O Espírito Santo tem
ciúmes -
"Infiéis, não compreendeis que a amiizade do mundo é inimiga
de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se
inimigo de Deus. Ou supondes que em vão afirma a Escritura: é com
ciúme que por nós anseia o Espírito, que Ele fez habitar em
nós?"(Tg
4:4,5).
Quando traímos
a Deus através dos nossos pecados, ambigüidades, contradições,
negações da fé, amasiamentos com o mundo, o Espírito de Deus
sente ciúmes, como o marido, quando a mulher adultera e vice-versa.
Ele sente ciúmes do adultério moral
(impureza),
espiritual
(idolatria),
econômico (amor ao dinheiro)
e político
(paixão e esperanças políticas mais acentuadas em relação ao
programa humano que ao Reino de Deus). O Espírito Santo não é
simplesmente alguém que entra em nós e depois sai. Ele vem e fica.
Além disso, Ele não está presente para energizar-nos a vida. Não.
Ele é uma pessoa com a qual mantemos relações pessoais.
03)
O Espírito
Santo pensa (Rm 8.27) “E
aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do
Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos”
- Neste texto, as Escrituras dizem que o Espírito Santo examina os
corações, ou seja, examinar é raciocinar, é calcular, é emitir
juízos. Uma
força jamais pode calcular, jamais pode examinar, só uma pessoa
pode fazê-lo.
Noutro trecho, diz que o Espírito Santo compara, ou seja, faz
juízos, julgamentos, o que é exclusivo de uma Pessoa (I Co.2:13)“As
quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com
as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com
as espirituais”.
04) O Espírito Santo tem
sentimentos, ama(Rm
15:30 -"Rogo-vos
irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito...").
Neste texto, as Escrituras dizem que o Espírito Santo tem amor, ou
seja, ama, tem sentimentos. Uma
força não pode amar, somente uma pessoa.
Mas, em outro trecho, a Bíblia recomenda que o Espírito pode se
entristecer (Is.63:10; Ef.4:30). Uma força, um "fluir"
nunca pode ficar triste, somente uma pessoa. Mas o Espírito Santo
não só Se entristece, como a Palavra os diz que Ele tem alegria,
que Ele Se alegra, tanto que faz com que as pessoas sintam a Sua
alegria, a começar pelo próprio Senhor Jesus (Lc.10:21) e, depois,
dos discípulos (I Ts.1:6). Mas as Escrituras também nos revelam que
o Espírito Santo tem ciúmes, ou seja, tem zelo pelos servos do
Senhor, outro sentimento impossível para uma mera força –“Ou
cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós
habita tem ciúmes?”
(Tg.4:5).
05) O Espírito Santo
determina(I Co
12.11)” Mas
um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer”
- Neste texto, é dito que o Espírito Santo reparte,
como quer, os
dons espirituais entre os crentes, ou seja, tem
vontade, tem autodeterminação,
algo que jamais uma força pode ter, mas tão somente uma pessoa. Em
At.2:4,
também é dito que os discípulos falavam línguas estranhas
conforme a concessão que lhes dava o Espírito Santo, ou seja, quem
determinava qual língua e quando deveria ser ela falada era o
Espírito, algo que uma força jamais poderia realizar.
Diferente não foi no
chamado Concílio de Jerusalém, onde o Espírito Santo deu o Seu
parecer a respeito da discussão a respeito da observância da lei de
Moisés
(At.15:28).
06) O Espírito Santo
convence(Jo 16:8)”
E, quando
ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo”
- Jesus disse que o Espírito convenceria o mundo do pecado, da morte
e do juízo. Uma
força não pode convencer, quando muito pode deter ou obrigar uma
determinada atitude.
Só uma pessoa pode convencer alguém, pode argumentar e obter a
anuência, a adesão da vontade de outrem. O convencimento é fruto
de uma argumentação, ou seja, de uma operação intelectual, de uma
série de raciocínios, de ponderações, de julgamentos. Somente uma
pessoa é capaz de fazê-lo e, quando Jesus nos indica que o Espírito
Santo o faz, está a dizer-nos que se trata de uma Pessoa.
07)
O Espírito
Santo glorifica (Jo.16:14) ”Ele
me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de
anunciar”
– Jesus disse
que o Espírito Santo O glorificaria. Ora, uma
força não pode dar glória a ninguém, porque glorificar, dar
glória envolve consciência,
capacidade de perceber que alguém é divino e que, por isso, merece
honra e glória. Por isso, só os homens e anjos, seres dotados de
consciência, podem fazê-lo, nem mesmo os seres vivos irracionais.
Deste modo, não há como deixar de reconhecer que o Espírito Santo,
tal como Jesus no-lO mostra, é uma Pessoa.
08)
O Espírito
Santo tem consciência de Si e dos outros (Jo.16:13)”
Mas, quando
vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a
verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido, e vos anunciará o que há de vir”
– Jesus revelou que o Espírito Santo não fala de Si mesmo. Ora,
se o Espírito Santo não fala de Si mesmo, é porque sabe discernir
entre Si mesmo e os outros. Esta expressão bíblica é muito
importante, porque desmente todo e qualquer pensamento que busca
entender nas Pessoas divinas tão somente um “modo”, ou seja, tão
somente uma expressão de uma suposta única Pessoa (como fazem os
chamados “unicistas” ou “modalistas”, que, por exemplo, se
revelam em movimentos como o “Voz da Verdade”). Aqui
Jesus é bem claro ao dizer que existe aquilo que é do Espírito
Santo e o que é do Filho (e, por extensão, também podemos inferir
daquilo que é do Pai). Se o Espírito glorifica ao Filho e não fala
do que é de Si mesmo, é porque existe aquilo que Lhe é próprio,
assim como o que é próprio de Cristo.
Tem-se, portanto, que o Espírito Santo é uma Pessoa.
09) O Espírito Santo
fala(Atos 8:29)
- "Então
disse o Espírito a Filipe: aproxima-te desse carro e acompanha-o..."
- Aqui,
percebemos que o Espírito Santo é um Ser que fala. Ora, uma força
não pode falar, mas uma Pessoa, sim. Tanto é certo que o Espírito
Santo fala que, em At.13:2, isto é explicitamente mencionado, como
também em I Tm.4:1 e Hb.3:7, bem assim em todas as cartas que Jesus
enviou às igrejas da Ásia Menor (Ap.2:7,11,17,29; 3:6,13,22), como
num instante em que se fazia a revelação a João das coisas que
brevemente hão de acontecer (Ap.14:13).
10) O Espírito Santo ouve
(Jo.16:13) –
No mesmo texto já mencionado, a Bíblia diz que o Espírito Santo
dirá aquilo que tiver ouvido. Portanto, é um ser, é uma Pessoa,
pois tem capacidade de ouvir e não é um simples ouvir, mas um ouvir
que retém e que discerne o que se ouve para depois o anunciar.
11) O
Espírito
Santo ensina (Jo.14:26) –
“Mas aquele
Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse
vos ensinará
todas as coisas, e vos fará
lembrar
de tudo quanto vos tenho dito”
- Só uma Pessoa pode nos ensinar, somente uma Pessoa pode ser Mestre
e o Espírito Santo tem como uma de suas principais funções a de
ensinar os discípulos do Senhor Jesus enquanto aqui estiverem
aguardando o seu Salvador.
Observe o final do versículo:“...e
vos fará lembrar...”
- Quando
Jesus diz que o Espírito Santo nos faria lembrar de tudo quanto o
Senhor Jesus nos tem dito, está a nos revelar uma face maravilhosa
deste Professor e Mestre que é o Espírito Santo. O Espírito Santo
não só é um Mestre (algo que uma força não pode ser, como o
vimos), como também é um Mestre dedicado, um Professor comprometido
com os Seus alunos. Um bom professor é aquele que está preocupado
em verificar se os seus alunos aprenderam e, por isso, sempre os faz
lembrar daquilo que os ensinou. É exatamente este o papel do
Espírito Santo. Quando Ele nos faz lembrar, não é porque seja uma
força cega, um “remédio para a memória”, mas, bem ao
contrário, é um Professor dedicado, que mostra ser uma Pessoa não
só porque ensina, mas também porque ama e quer o melhor para os
Seus alunos, quer que Seus alunos efetivamente aprendam o que lhes
foi ensinado. Tanto assim é que sua ação não é meramente de
lembrança, mas também de juízo de conveniência, pois nos lembrar
o que convém falar é algo que uma força jamais poderia fazer
(Lc.12:12)” Porque
na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha
falar”.
12) O Espírito Santo ora
(Rm.8:26) ”E
da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas;
porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo
Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”;
”E,
porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de
seu Filho, que clama: Aba, Pai”(Gl.4:6)
– Ao dizer que o Espírito Santo ora, ajudando os
crentes nas suas fraquezas, o texto sagrado mostra-nos que o Espírito
Santo é uma Pessoa, pois só uma Pessoa pode orar.
13) O Espírito Santo é constantemente referido
em igualdade de tratamento com outras pessoas
- Sabemos que o Pai e o Filho são pessoas, e em Mateus 28:19 Jesus
ensina aos discípulos que deveriam batizar em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo. Isto indica que o Espírito Santo também
é uma pessoa, como os outros dois. Em Atos
15:28, Tiago fala do Espírito Santo como uma pessoa capaz de
pensamentos e idéias, tão pessoal quanto os apóstolos que deviam
seguir os Seus ensinamentos.
Ante tantas evidências da Palavra de Deus, como não
reconhecer que o Espírito Santo é uma Pessoa?
II. A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
A Bíblia não se limita a mostrar
que o Espírito Santo é uma Pessoa, mas também nos revela que é
uma Pessoa Divina, ou seja, é uma das Pessoas que compõem este
mistério que é a Santíssima Trindade, este Deus que é triúno, ou
seja, um Único Deus que está em três Pessoas.
Esta natureza divina do Espírito
Santo encontra-se explícita e implícita na Palavra de Deus, ou
seja, não só o texto sagrado diz abertamente que o Espírito Santo
é Deus, como também confere atributos e características ao
Espírito Santo que indicam que Ele é Deus, já que se trata de
qualidades exclusivas da Divindade.
O texto mais explícito a respeito
da divindade do Espírito Santo está em At.5:3,4,
quando o texto sagrado nos conta a respeito do episódio que envolveu
Ananias e Safira na igreja de Jerusalém. Indagado por Pedro a
respeito do valor da venda da propriedade, Ananias mentiu, dizendo
que o valor depositado ao pé dos apóstolos era o efetivo valor da
venda. Diante desta mentira, Pedro diz que Ananias
havia mentido ao Espírito Santo e, por isso, havia mentido não aos
homens, mas a Deus.
Temos, portanto, explicitamente reconhecida a divindade do Espírito
Santo, prova de que os apóstolos reconheciam o Espírito Santo como
Deus, ou seja, que a doutrina da divindade do Espírito Santo é a
genuína e autêntica doutrina da igreja primitiva. A
propósito, se Ananias mentiu ao Espírito Santo, temos mais uma
prova de que o Espírito Santo não é uma força, pois não se pode
mentir senão a uma Pessoa.
Ainda, a Deidade do Espírito
Santo pode ser provada:
a) pelos Seus Nomes:
1)
Nomes que relacionam o Espírito em pé de igualdade às demais
Pessoas da Trindade (1Co 6.11).
2) Nomes que O apresentam realizando obras que somente Deus pode fazer (Rm 8.15; Jo 14.16).
2) Nomes que O apresentam realizando obras que somente Deus pode fazer (Rm 8.15; Jo 14.16).
b) por Suas Obras
- Ao Espírito são atribuídas obras que somente Deus pode realizar:
1)
Criação (Gn 1.2).
2) Inspiração (2Pe 1.21).
3) Gerar a Cristo em Sua
encarnação (Lc 1.35).
4) Convencer o homem (Jo 16.8).
5) Regenerar o homem (Jo 3.5,6).
6) Consolar (Jo 14.16).
7) Interceder (Rm 8.26,27).
8) Santificar (2Ts 2.13).
c) por Sua Associação em
pé de igualdade
- Com as demais Pessoas da Trindade (At 5.3,4; Mt 28.19; 2Co 13.13).
Além dos trechos bíblicos
indicados nos subitens acima, que nos revelam que o Espírito Santo é
Deus, não podemos deixar de mencionar as passagens em que há a
expressa revelação da Trindade Divina e nos quais sempre o Espírito
Santo está presente.
Em primeiro lugar - na
fórmula do batismo
- tal qual como estabelecida pelo Senhor Jesus, em que se manda
batizar no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt.28:19),
expressão esta
que demonstra que há uma igualdade entre estas três Pessoas,
de forma que é,
assim, expressamente reconhecida a Deidade do Espírito Santo,
bem assim a própria unidade divina, já que se fala no nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo e não
“nos nomes”,
o que permitiria dizer que os cristãos seriam “triteístas”(isto
é, que acreditariam em “três deuses”), como acusam, falsamente,
tanto judeus quanto muçulmanos e que, como vemos, não é, em
absoluto, o ensino do Senhor Jesus à Sua Igreja.
Em segundo lugar, temos o
texto de II Co.13:13 –“A
graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do
Espírito Santo seja com todos vós. Amém”
– Deste texto se originou a chamada “bênção apostólica”, em
que, também, o apóstolo indica a igualdade que existe entre as três
Pessoas divinas, a ponto de invocar-lhes por igual no instante da
súplica da bênção. Embora distintas, porém, como vemos no texto
da bênção, trata-se de uma única bênção, contribuindo cada
Pessoa com uma determinada função, a demonstrar, uma vez mais, a
triunidade divina.
O Espírito Santo contribui com a comunhão, que é precisamente o
Seu trabalho na presente dispensação: o de nos fazer um com o Pai e
o Filho.
Em terceiro lugar, temos o
texto de Ef 4:4-6
–“Há um
só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só
esperança da vossa vocação; Um só SENHOR, uma só fé, um só
batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por
todos e em todos vós”.
Este trecho que, também, revela a triunidade divina, mostra-nos que
o Espírito Santo
é igual ao Pai e ao Filho
e, portanto, é Deus.Paulo, ao dissertar sobre o mistério da Igreja,
que é o tema central da sua carta aos efésios, deixa bem claro que
há um só Espírito, um só Senhor e um só Deus e Pai de todos,
mostrando, assim, claramente que Deus é único, mas três são as
Pessoas: o Pai, o Filho (o Senhor) e o Espírito. A estes “um só”,
o apóstolo contrasta com os “todos”, que somos nós, a Igreja,
que, apesar de sermos todos, formamos uma “unidade” em virtude da
fé, da esperança da vocação e do batismo.
O
Espírito Santo e seus atributos divinos
- As Escrituras, também, indicam a deidade do Espírito Santo
mediante um conjunto de textos implícitos, ou seja, textos que não
dizem expressamente, como nos casos acima, que o Espírito Santo é
Deus, mas que, ao conferirem certos atributos e qualidades ao
Espírito Santo, dizem que Ele é Deus, vez que somente Deus pode ter
as características indicadas nestes textos e atribuídas ao
Espírito.
Em primeiro lugar, o
Espírito Santo é onisciente, ou seja, sabe todas as coisas (I
Co.2:10,11)
– O apóstolo Paulo ensina-nos que só quem sabe as coisas que Deus
sabe é o Espírito Santo. Ora, Deus sabe todas as coisas e,
portanto, o Espírito Santo, se sabe o que Deus sabe, também sabe
todas as coisas. Se o Espírito sabe todas as coisas, é onisciente e
só Deus é onisciente, de forma que o que o texto está a nos dizer
é que o Espírito Santo é Deus.
Em segundo lugar,
o Espírito
Santo é onipresente, ou seja, está em todos os lugares ao mesmo
tempo (Sl.139:7-10)
– O salmista diz-nos que não há como fugir da presença do
Espírito do Senhor, pois Ele está em todos os lugares. Ora, só
Deus pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, pois isto é um
atributo que Lhe é exclusivo. Se o Espírito Santo está presente em
todos os lugares, como diz o salmista, esta é uma outra maneira de
as Escrituras nos revelarem que o Espírito Santo é Deus.
Em terceiro lugar, o
Espírito Santo é onipotente, ou seja, tem todo o poder (Lc.1:35,37;
I Co.12:11)
– Nos dois textos mencionados, é dito que o Espírito Santo faz
coisas impossíveis ao homem, pois nada Lhe é impossível, como
também que ele opera todas as coisas, conforme a Sua vontade. Os
dois textos mostram, assim, que não há limite para a operação do
Espírito Santo, que pode fazer tudo o que quiser. Ora, isto nada
mais é que onipotência, que é outro atributo exclusivo da
divindade. Assim sendo, temos que o Espírito Santo é Deus.
Em terceiro lugar,
o Espírito
Santo é eterno (Hb.9:14)
– Eterno é o ser que não tem princípio nem fim. Todas as
criaturas têm, pelo menos, um início (Gn.1:1). Só
Deus é eterno, pois só Deus não tem princípio nem fim
e, por isso, é o princípio e o fim (Ap.1:8; 22:13). Se
é dito que o Espírito é eterno, temos que Ele é Deus.
A propósito, a Bíblia assim O indica já no livro do Gênesis.
Quando é dito que Deus criou os céus e a terra no princípio, a
revelar que as criaturas todas têm, pelo menos, um início, também
afirma que o Espírito de Deus Se movia sobre a face das
águas(Gn.1:2) , ou seja, o Espírito não era algo que tenha tido um
início, embora ali já estivesse, o que se constitui em mais uma
demonstração da Sua eternidade e, por isso mesmo, da Sua deidade.
Em quarto lugar, o Espírito
Santo é santo (Ef.1:13
; Lc 11:13
e mais outras
83 vezes) –
Talvez não haja mais demonstrações da deidade do Espírito senão
a atinente à Sua santidade, tanto que o próprio nome desta Pessoa
divina incorporou a característica, sendo 85 vezes dito nas
Escrituras que o Espírito é “santo”. Ora,
a santidade é um atributo exclusivo de Deus.
O próprio Deus diz, mais de uma vez, que é santo (Lv.11:45; 20:26;
21:8; I Pe.1:15; I Jo.2:20;Ap.15:4). Portanto, se o Espírito é
“santo”, isto é mais uma eloqüente demonstração de que Ele é
Deus.
Em quinto lugar, o Espírito
Santo é a verdade (I Jo.5:6)
– O texto mencionado é explícito ao dizer que o Espírito é a
verdade. Jesus, mesmo, disse que o Espírito Santo é o Espírito de
verdade (Jo.16:13). Ora, só quem pode ser a verdade é o próprio
Deus – “Ele
é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos
justos são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e
reto é”(Dt.32:4);
“Mas o
SENHOR Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno; ao
seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua
indignação”( Jr.10:10)
e uma das demonstrações de deidade de Jesus é precisamente o fato
de Ele ter Se identificado com a verdade (Jo.14:6). Portanto, quando
as Escrituras dizem, expressamente, que o Espírito Santo é a
verdade, estão a afirmar, mais uma vez, a divindade do Espírito
Santo.
Em sexto lugar, o Espírito
Santo é fonte de vida (Rm.8:2)”Porque
a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do
pecado e da morte”. É
tanto que fez gerar o Filho no ventre de Maria (Lc.1:35), a
demonstrar, portanto, que o Espírito Santo é Criador. A propósito,
fez Jesus tornar à vida, ressuscitando-O dentre os mortos (Rm.8:11).
Mais ainda: não só produz vida física, como também, vida
espiritual (II Co.3:6). Só Deus pode realizar estas coisas, pois só
Ele é o Criador da vida. Assim, se o texto sagrado diz que o
Espírito faz tais coisas, é porque está a dizer que Ele é Deus.
Em sétimo lugar, o próprio
testemunho de Jesus(Jo 14:16)
– Jesus revelou que subiria para o Pai, mas disse aos discípulos
que não os deixaria órfãos, pois pediria ao Pai um “outro”
Consolador. Quando o texto sagrado nos fala do “outro”
Consolador, está a dizer que seria enviado alguém que tivesse a
mesma natureza de Cristo, ou seja, a natureza divina. Tanto assim é
que o Senhor disse que este “outro” Consolador ficaria com os
discípulos “para sempre”, ou seja, tem-se aqui mais um
indicativo da natureza divina deste Consolador, a saber, a
“eternidade”.
Este texto mostra claramente a
Trindade, senão vejamos: “Eu”
– é Jesus que está falando. “Rogarei
ao Pai”- O
Pai é a quem
Jesus ia pedir. Até aqui são duas Pessoas. “Ele vos dará Outro
Consolador” -
Este “outro”, uma Terceira Pessoa.
Quanto a esse “Outro
Consolador”,
poderia haver dúvida se Jesus não mencionasse o seu nome. Poderia
ser Miguel, Gabriel ou um Querubim. Mas, para que dúvidas não
houvesse, o Senhor Jesus disse quem seria esse “Outro”, deu o seu
nome: “Mas
aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,
esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto
vos tenho dito”
(João 14:26). Para nós, que pela misericórdia de Deus, podemos
crer, aqui estão as Três Pessoas da Trindade: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
Como, então, diante de tantas
evidências, não reconhecer que o Espírito Santo é Deus?
III – O ESPIRITO SANTO É
UMA PESSOA DISTINTA DO PAI E DO FILHO
Ao investigarmos a doutrina da
deidade do Santo Espírito, devemos observar que o Novo Testamento
ensina a unicidade da divindade (1 Co 8.4; Tg 2.19) e, no entanto,
revela a distinção de pessoas na divindade: o Pai é Deus (Mt
11.25; Jo 17.3; Rm 15.6; Ef 4.6); o Filho é Deus (Jo 1.1, 18; 20.28;
Rm 9.5; Hb 1.8; Cl 2.9; Fp 2.6; 2 Pe 2.11); o Espírito Santo é Deus
(At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Ef 2.22). O
Pai, o Filho e o Espírito Santo são claramente distinguidos um dos
outros na Bíblia
(Jo 15.26; 16.13-15; Mt 3.16,17; 1 Co 13.13), de
tal forma que as três pessoas não se confundem umas com as outras.
São três benditas e santíssimas pessoas que compõem apenas uma
divindade. Portanto, na unidade da divindade há uma trindade de
pessoas, da qual o
Espírito Santo é o Executivo.
Vimos nos dois tópicos anteriores
comprovação incontestável acerca da divindade do Espírito Santo.
Conquanto estas evidências bíblicas sejam irrefutáveis, ainda
insurge no meio dos crentes sutis ensinamentos que buscam confundir
os incautos de que, embora o Espírito Santo seja uma Pessoa Divina,
Ele se confunde ou com o Pai, ou com o Filho. Assim, o Espírito
Santo seria ou o Pai ou o Filho, mas não uma “terceira”
Pessoa.Tal ensinamento, tanto quanto os que negam a personalidade
e/ou a divindade do Espírito Santo, não pode ser aceito pelos
servos de Deus. O Espírito Santo, embora seja um com o Pai e com o
Filho, é uma Pessoa distinta, que não Se confunde com nenhuma das
outras duas.
O texto da Bíblia que é mais
utilizado pelos falsos mestres para demonstrar suas teorias falsas é
o de Jo 14:18:” Não
vos deixarei órfãos; voltarei para vós”.
Dizem eles que, segundo este texto o Espírito Santo nada mais seria
do que o próprio Jesus que teria retornado para conviver com a
Igreja, ainda que de forma invisível e incorpórea. Afinal de
contas, dizem estes hereges, o
Senhor disse que não nos deixaria órfãos, mas
“voltaria para
nós”.
Entretanto, esta
expressão não tem a ver com uma volta da Pessoa de Cristo para o
convívio da Igreja, como durante o ministério terreno, mas, sim,
com o Seu retorno por intermédio do Espírito Santo.
O Espírito
tornaria Jesus presente, fazendo-nos lembrar dos Seus ensinos, do Seu
exemplo, levando-nos à comunhão com o Pai e o Filho, por meio de
uma vida de santificação, de oração e de meditação na Palavra
do Senhor.
Assim, por meio do Espírito, sentimos a presença de Jesus, enquanto
não chega o dia do arrebatamento, quando aí, sim, passaremos a ter
a presença pessoal do Filho, semelhante e até mais profunda que a
que havia entre Jesus e Seus discípulos durante o Seu ministério
terreno.
Os
falsos mestres procuram forçar o texto supracitado para confundir
Jesus com o Espírito Santo e dizer que o Espírito Santo, quando
“desceu” no dia de Pentecoste, seria o próprio Jesus, só que em
forma incorpórea. Mas, isto é facilmente refutado pelo Bíblia
Sagrada:
Por primeiro,
no batismo de Jesus(Mt.3:16,17), temos as três Pessoas Divinas, a
mostrar que são distintas e não Se confundem umas com as outras: O
Filho, que feito
carne (Jo.1:14), era batizado por João Batista, enquanto que o
Pai, do céu, dava testemunho do Filho
e o Espírito
Santo, em forma de pomba, descia sobre Cristo.
Como dizer, então, que as Pessoas Se confundem?
Por segundo,
o Espírito Santo
não foi recebido pelos discípulos no dia de Pentecoste,
como argumentam estes falsos ensinadores, o que explicaria a “volta
de Cristo” como Espírito Santo.
Os discípulos receberam o Espírito Santo antes da ascensão de
Cristo, quando
ainda estavam no cenáculo, como nos dá conta o texto de Jo.20:22:”
E, havendo
dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito
Santo”.
Quando Jesus
assoprou sobre os discípulos, disse que haviam recebido o Espírito
Santo. No dia de Pentecostes, eles foram revestidos de
poder(Lc.24:49),
o que é outra coisa bem diversa, mostrando-nos a coexistência entre
Jesus e o Espírito Santo. Aliás, esta coexistência foi uma
característica durante todo o ministério terreno de Jesus. A
partir do batismo, vemos Jesus sendo ungido pelo Espírito Santo,
para cumprir a obra do Pai (At.10:38). Jesus orou ao Pai,
alegrando-se no Espírito Santo (Lc.10:21), a provar que as Pessoas
são distintas e não Se confundem.
Como dizer, ainda, que Jesus é
o Espírito Santo, se o próprio Jesus disse que o Espírito não
falaria de Si mesmo, mas, sim, de Jesus; que não glorificaria a Si
mesmo, mas, sim, a Jesus (Jo.16:13,14)?
Por fim, como
dizer que Jesus é o Espírito Santo se o Espírito e a Igreja estão
a pedir a volta de Jesus (Ap.22:17)?
Mas, ainda, alguém poderá
argumentar: Se
o Espírito Santo não se confunde com o Filho, não poderia ser ele
o Pai?
A resposta também
é negativa.
Jesus disse que o Espírito Santo seria enviado pelo Pai (Jo.14:16),
de modo que se o Pai enviaria o Espírito Santo, isto é porque não
se confunde com o Espírito. Além do mais, o
Espírito clama ao Pai
(Gl.4:6), de sorte que também não pode haver confusão entre estas
duas Pessoas.
Temos,
portanto, que o ensino bíblico, a revelação divina através das
Escrituras Sagradas mostra-nos, com clareza, que o Espírito Santo é
uma Pessoa divina, Pessoa que não se confunde nem com o Pai, nem com
o Filho.
IV - CONCLUSÃO
Concluindo, podemos
dizer que “o
Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um
poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são. Ele
é chamado
Deus (At 5.3,4) e Senhor (2 Co 3.18).
Quando Isaías viu a glória de Deus (Is 6.1-3), escreveu: 'Ouvi a
voz do Senhor...vai e diz a este povo' (Is 6.8-9). O apóstolo Paulo
citou essa mesma palavra e disse: 'Bem falou o Espírito Santo a
nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo' (Cf. At
28.25, 26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus.
Ele
faz parte da Santíssima Trindade.
Ele é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2 Co 13.13) e,
a Bíblia afirma que os três são um (1 Jo 5.7). Assim, há 'um só
Espírito' (Ef 4.4); 'um só Senhor' (Ef 4.5); e 'um só Deus e Pai
de todos' (Ef 4.6). O Espírito é chamado 'Espírito de Deus' (Rm
8.9); 'Espírito do Pai' (Mt 10.20); 'o Espírito de Cristo' (Rm 8.9;
1 Pe 1.11); 'o Espírito de Jesus' (At 16.7), indicando assim que Ele
os representa e também age por Eles; quando o Espírito Santo opera,
o Cristo vivo está presente (Jo 14.18)”(Revista
Ensinador Cristão).
O
Espírito Santo não é o “fluir de Deus”, como os falsos mestres
dizem. Esta frase está em voga atualmente, e representa uma negação
da personalidade do Espírito Santo. O Espírito Santo não é um
“fluido”, não é uma “energia”, “influência” ou “força
ativa” que venha da parte de Deus, mas é uma das três Pessoas da
Trindade Divina. Ele é indiscutivelmente Divino. Ele é Deus.
As
verdades bíblicas ditas acima transcendem a razão humana e as
aceitamos alegremente pela fé. A fé precede a doutrina –
“Propondo
estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado
com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido”(1
Tm 4.6).
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Elaboração:
Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD/Assembléia de Deus
–Ministério Bela Vista/Fortaleza-CE.
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Fonte de Pesquisa:
PORTAL
EBD-Comentário Bíblico do Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco, Prof
Antonio Sebastião da Silva; Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão.
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