O
BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Subsídio
Teológico
Leitura
Bíblica: Lc
24.49, 52; At 2.1-4.
INTRODUÇÃO
O batismo
com o Espírito Santo é uma promessa de Deus feita no Antigo
Testamento(Jl 2:28-32) e cumprida no Novo Testamento(At 2:1-4), e
permanece em nossos dias.É um revestimento de poder, com a evidência
física inicial das línguas estranhas para o ingresso do crente numa
vida de profunda adoração e eficiente serviço a Deus (Lc 24.49; At
1.8; 10.46; 1 Co 14.15, 26). Essa promessa é concedida a todos os
que crêem em Cristo, e não há qualquer versículo no Novo
Testamento que comprove que essa experiência ficou restrita à época
dos discípulos. É algo a ser vivenciado pela Igreja em nossos dias.
Não
podemos confundir o batismo com Espírito Santo com o batismo
descrito em 1 Co 12.13; Gl 3.27; Ef 4.5. Nestes textos sagrados,
trata-se de um batismo figurado, apesar de real. Todos aqueles que
experimentaram o novo nascimento (Jo 3.5)são imersos no
corpo místico de Cristo (Hb 12.23; 1 Co 12.12ss). Nesse sentido,
todos os salvos são batizados pelo Espírito Santo, mas nem todos
são batizados com o Espírito Santo. A experiência do novo
nascimento e do Batismo com o Espírito Santo são distintas, sendo
que esta última deve ser, necessariamente, antecedida da primeira,
ou seja, o batismo com o Espírito
Santo é uma experiência que se segue à conversão na vida
espiritual do crente. Após ter nascido de novo, o homem tem à sua
disposição a possibilidade de ser revestido de poder, de receber
poder divino para que, assim, possa, de uma forma plena e eficaz, ser
testemunha de Jesus Cristo neste mundo.
I.
A PROMESSA DO BATISMO E O SEU CUMPRIMENTO
A
maior parte dos chamados evangélicos tradicionais (ou reformados),
ou seja, as denominações evangélicas surgidas durante a Reforma
Protestante, movimento de renovação espiritual surgido a partir do
século XV na Europa e que teve, entre outros, grandes expressões
nas figuras de Martinho Lutero e João Calvino, não aceitam que o
batismo com o Espírito Santo seja uma realidade para os nossos dias.
Argumentam que o derramamento do Espírito Santo foi um acontecimento
restrito ao dia de Pentecostes ou, quando muito, aos tempos
apostólicos, algo como a própria inspiração do Espírito Santo
que resultou na elaboração do Novo Testamento.
Entretanto, este entendimento não pode ser aceito, porque não tem
respaldo bíblico,
pois a Bíblia diz que no dia de Pentecostes, Pedro já dá a
amplitude desta operação do Espírito Santo, ao invocar a profecia
de Joel a respeito do derramamento do Espírito. O texto sagrado
deixa-nos bem claro que a promessa estava reservada para os últimos
dias, até o grande e glorioso dia do Senhor (At.2:16-20),
reforçando, ao término da pregação, que a promessa dizia respeito
tanto a judeus quanto a gentios, a tantos quantos Deus nosso Senhor
chamar (At.2:39). Pelo que podemos, portanto, concluir, pelas
Escrituras, que o batismo com o Espírito Santo é uma manifestação
que tem sua duração prevista até o "grande e glorioso dia do
Senhor", ou seja, " …o Juízo Final de Deus sobre toda a
impiedade, que incluirá a tribulação dos sete anos e a volta de
Cristo para reinar sobre a Terra…" (BÍBLIA DE ESTUDO
PENTECOSTAL).
Não
bastasse isso, vemos que um dos objetivos do batismo com o Espírito
Santo é a devida preparação para a obra de evangelização, algo
que é próprio e característico da dispensação da graça
(Lc.24:49; At.1:8). Não eram apenas os discípulos da geração
apostólica que deveriam pregar o Evangelho, mas a grande comissão é
tarefa de toda a igreja, como nos deixam claro as expressões de
Jesus, que são dirigidas a toda a igreja (Mc.16:15 e At.1:8), assim
como os ensinamentos de Paulo a este respeito (I Co.9:16; II
Tm.4:1,2). Ora, diante disto, temos que o
batismo com o Espírito Santo é uma operação que deve perdurar
enquanto a igreja estiver pregando o evangelho, o que acontecerá até
o final desta dispensação (Mt.24:14; Ap.22:17).
A
história da Igreja, ademais, tem comprovado que o batismo com o
Espírito Santo não
é uma realidade circunscrita aos tempos apostólicos.
Durante todos os avivamentos ocorridos nestes dois milênios, tem
havido registros da manifestação do batismo com o Espírito Santo.
Grandes homens de Deus, mesmo entre os chamados "reformados",
mostra-nos a história, receberam esta bênção, como, por exemplo,
registra-se na Igreja Morávia, num avivamento ocorrido durante cem
anos no século XVIII, avivamento, inclusive, responsável pelo
despertamento e conversão de John Wesley (o que alguns metodistas
renovados indicam como sendo a experiência pentecostal de Wesley, em
24 de maio de 1738, é, em verdade, a experiência de novo nascimento
do grande pregador do Evangelho).
O
movimento pentecostal surgido a partir do final do século XIX, de
onde surgiram as grandes denominações evangélicas dos nossos dias
(entre elas, as Assembléias de Deus), que agora completa cem anos, é
apenas um destes avivamentos, ainda que seja o mais duradouro de
todos os tempos, mais um sinal da proximidade da volta do Senhor.
Diante destes fatos (e contra fatos, não há argumentos), não há
como defender que a promessa do batismo com o Espírito Santo seja
reservado apenas para os dias apostólicos.
Os
resultados vividos pela Igreja a partir do despertamento espiritual
experimentado a partir do final do século XIX e o avivamento mais
duradouro que se tem notícia desde então, com a evangelização de
praticamente todo o mundo, mostra-nos, claramente, que nos
encontramos no período da "chuva serôdia" descrita pelo
profeta Joel (Jl 2:23), ou seja, que nos encontramos no término da
dispensação da graça e que, portanto, como nunca, estamos vendo
que o batismo com o Espírito Santo é algo que é indispensável e
necessário para que a Igreja cumpra o seu objetivo e para que,
juntamente com o Espírito Santo, encontre-se com o Senhor nos ares.
Maranata!
A
PROMESSA É PARA TODOS?
Eu diria que sim, senão vejamos: At
2:38-39 –
“...Arrependei-vos,
e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão
dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa
vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos que estão longe:
a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.”
Joel
2:28-32 –“E
há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a
carne.....”.
No
Antigo Testamento,
a ação do Espírito Santo era bem específica sobre líderes,
profetas, sacerdotes, reis, etc. O povo apenas presenciava a presença
do Espírito na vida dos líderes.
Exemplos: Moisés e os Anciãos (Nm 11:16-17- Rei Saul(1Sm 10:6) e Rei Davi, Sansão, Elias e Eliseu, etc. Os reis ao serem ungidos recebiam o poder do Espírito Santo, que era derramado sobre eles. Nos dias de hoje o Espírito Santo não é exclusividade, mas é para todos.
Exemplos: Moisés e os Anciãos (Nm 11:16-17- Rei Saul(1Sm 10:6) e Rei Davi, Sansão, Elias e Eliseu, etc. Os reis ao serem ungidos recebiam o poder do Espírito Santo, que era derramado sobre eles. Nos dias de hoje o Espírito Santo não é exclusividade, mas é para todos.
Ao
anunciar que os discípulos deveriam aguardar o revestimento de
poder, Jesus não fez qualquer restrição a respeito de quem deveria
aguardar o batismo com o Espírito Santo. "Ficai,
porém, na cidade de Jerusalém, até do que do alto sejais
revestidos de poder"
(Lc.24:49), foram as palavras proferidas pelo Senhor, palavras estas
que foram ditas, segundo nos dá conta o apóstolo Paulo, há mais de
quinhentos
crentes, que
o ouviam no monte das Oliveiras, neste seu último discurso antes de
ascender os céus
(cfr. I Co.15:6; At.1:12; Lc.24:50,51). Assim,
a promessa foi feita para todos quantos criam em Jesus e professavam
Seu nome naquele tempo, ou seja, a toda a igreja então existente.
Isto
nos mostra, de modo claro, que não havia qualquer restrição de
Jesus, a quem quer que fosse, para que recebesse o batismo com o
Espírito Santo, mas que, a exemplo do que acontecera com relação
ao novo nascimento, também todos pudessem ter esta mesma
experiência.
Lamentavelmente,
dos mais de quinhentos
que ouviram a promessa,
apenas quase
cento e vinte perseveraram até o dia de Pentecostes
(At.1:15) e, por isso, só estes, naquela oportunidade, foram
revestidos de poder. Entretanto, e isto é muito importante, tantos
quantos perseveraram e creram nas palavras do Senhor, alcançaram a
bênção, mesmo se não eram do colégio apostólico (então com
onze integrantes, tendo sido escolhido Matias para complementação
do número original), se eram homens ou mulheres (sim, mulheres
também estavam entre os que foram batizados com o Espírito
Santo(cfr. At.1:14), se eram crentes antigos (como os primitivos
discípulos, como Pedro, João e André) ou se eram crentes
recentemente convertidos (como os irmãos de Jesus, que se
converteram apenas depois da ressurreição do Senhor, cfr. I
Co.15:7). A vontade de Jesus é batizar a tantos quantos creiam na
promessa e nela perseverem.
A
promessa do Derramamento do Espírito Santo seria Dentro e Sobre a
pessoa. Estas duas situações mostram a diferença entre receber o
Espírito Santo e receber o Batismo no Espírito Santo.
DENTRO - para regeneração/conversão(Receber o Espírito Santo)
Ez
36:26-27
– “Dar-vos-ei
um coração novo, e porei dentro em vós um espírito novo; tirarei
de vós o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei
dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus
estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.”Veja
também 1
Co 12.13; Gl 3.27; Ef 4.5.
Esta
promessa está falando de conversão, regeneração. No dia em que
você aceitou Jesus no seu coração, como Senhor e Salvador de sua
vida, o Espírito de Deus veio habitar dentro de você. É Ele que te
convence do pecado...
Cumprimento
da promessa: Jo 20: 19-22.
SOBRE
- para revestimento de poder (Receber o Batismo no Espírito Santo)
Mt
3:11
– “Eu
vos batizo com água, para arrependimento. Mas após mim vem aquele
que é mais poderoso do que eu..... Ele vos batizará com o Espírito
Santo e com fogo.”
Cumprimento da promessa – At 2:4.
SE
A PROMESSA É PARA TODOS, ENTÃO QUALQUER PESSOA, MESMO OS
CARISMÁTICOS CATÓLICOS PODEM RECEBER O BATISMO COM O ESPIRITO
SANTO?
Com certeza, não. O novo nascimento é um ato sobrenatural
indispensável para que ingresse no reino de Deus. A soberania de
Deus na vida de alguém somente se inicia quando este alguém nasce
de novo, e, nascer de novo, exige a atuação conjugada da Palavra de
Deus e do Espírito Santo, bem como a aceitação do homem para que
esta atuação se faça.
Esta
experiência, também chamada de regeneração (ou seja, nova
geração), conversão ou salvação (em sentido estrito, pois a
salvação abrange outros aspectos além deste), é uma operação do
Espírito Santo e tem, como objetivo, a remoção dos pecados e o
estabelecimento de uma vida espiritual, ou seja, de uma comunhão
entre Deus e o homem.
Após
ter ressuscitado, Jesus apresentou-Se, durante espaço de quarenta
dias, aos Seus discípulos (At.1:3).
Numa destas vezes, João diz-nos que o Senhor assoprou sobre os
discípulos, dizendo para que eles recebessem o Espírito Santo
(Jo.20:22),
afirmação que mostra que o Senhor estava restabelecendo a comunhão
entre Si e os discípulos, que O haviam abandonado por ocasião dos
fatos relativos à Sua paixão e morte. Esta expressão de Jesus,
única nos evangelhos, existe, exatamente, para nos deixar explícito
que a conversão, embora seja obra do Espírito Santo, não se
confunde com o revestimento de poder. Os discípulos que se
encontravam no cenáculo tiveram esta experiência da regeneração
na tarde do domingo da ressurreição, enquanto que só seriam
batizados
com o Espírito Santo no dia de Pentecostes,
ou seja, cerca de quarenta
e sete dias depois.
Quando
verificamos as narrativas bíblicas referentes a batismo com o
Espírito Santo, veremos, sempre, duas características: primeiro,
que os batizados já eram convertidos, ou seja, já tinham nascido de
novo antes da experiência do batismo com o Espírito Santo;
segundo, que não é possível batismo com o Espírito Santo
sem o prévio novo nascimento.
A
narrativa do dia de Pentecostes deixa-nos claro que os quase 120
discípulos que se encontravam no cenáculo naquele dia eram todos
convertidos e nascidos de novo. Além de ali estarem todos aqueles
que receberam o Espírito Santo por um sopro do Senhor na tarde do
dia da ressurreição (Jo.20:22) e que, portanto, haviam sido objeto
de regeneração, também se encontravam outros que, como anunciara
alguns dias antes o apóstolo Pedro, eram "irmãos"
(At.1:16) e que, com os doze, haviam "convivido todo o tempo em
que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o
batismo de João até o dia que dentre nós foi recebido em cima"
(At.1:22). É
importante, ainda, observar que o número de irmãos, ou seja,
pessoas convertidas e que seguiam a Jesus, era, já nesta época,
segundo podemos inferir das palavras de Paulo, mais
de quinhentas pessoas
(I Co.15:6),
mas
somente quase cento e vinte alcançaram o batismo com o Espírito
Santo.
Ao chamar estas pessoas que estavam no cenáculo de "irmãos",
Pedro mostra que todos tinham a mesma natureza espiritual, provinham
do mesmo Pai, eram filhos de Deus, porque criam em Jesus (Jo.1:12).
Eram, ademais, pessoas que eram testemunhas do ministério de Jesus,
fruto mesmo deste ministério e que tinham seguido a Jesus e, agora,
já estavam aguardando a Sua volta (At.1:9-11), o que caracteriza um
sincero e fiel servo do Senhor (II Tm.4:7,8). Temos,
portanto, que o número de nascidos de novo, de regenerados, de
crentes era diferente do número de batizados com o Espírito Santo
no dia de Pentecostes. Assim, nem todo regenerado foi batizado com o
Espírito Santo, mas todo batizado com o Espírito Santo havia sido
regenerado.
Portanto,
as experiências de um suposto “batismo com Espírito Santo” que
ocorrem entre os católicos carismáticos, à luz da Palavra de Deus,
podemos dizer que se tratam de um novo ardil do adversário de nossas
almas (II Co.2:10,11), cujo poder de imitação é imenso e contra o
qual temos, sempre, de manter a máxima cautela (II Co.11:14; Gl.1:8;
I Tm.4:1). Senão vejamos:
a)
o
batismo com o Espírito Santo somente advém sobre os nascidos de
novo
- se o batismo com o Espírito Santo somente advém sobre os nascidos
de novo, ou seja, somente quem nasceu da água e do Espírito, temos
que só os salvos podem ser batizados com o Espírito Santo. Pode,
então, um batizado com o Espírito Santo ser idólatra? Naturalmente
que não, pois o novo nascimento é o ingresso para entrar no reino
de Deus (Jo.3:3), enquanto que o idólatra é alguém que está do
lado de fora deste mesmo reino (Ap.21:8; 22:15). Então, como os
carismáticos são idólatras e, mesmo na idolatria, dizem ter
recebido o Espírito Santo?
b)
o
batismo com o Espírito Santo tem como finalidade a concessão de
poder para que sejamos testemunhas de Jesus
- se o batismo com o Espírito Santo tem como finalidade dar poder
aos crentes para que sejam testemunhas de Jesus (At.1:8), pode,
então, alguém batizado com o Espírito Santo deixar de ser
testemunha de Jesus? Naturalmente que não! Entretanto, os
carismáticos, após se dizerem "batizados com o Espírito
Santo", alegam que esta experiência os levou a serem mais
devotos de Maria. Fazem questão de afirmar que são "filhos de
Maria" e, inclusive, por ocasião da festa católica do
Pentecostes, realizam seus "cenáculos com Maria". Isso
contradiz a verdadeira experiência pentecostal, visto que o batismo
com o Espírito Santo visa, além de revestir o crente com poder para
testemunhar, também glorificar a Deus, e Deus não divide sua glória
com ninguém(Is 43:10,11). Não podemos crer em uma experiência dita
“pentecostal” que induz a pessoa à idolatria, pois a mesma é
condenada pela Bíblia.
Portanto,
as experiências relatadas pelos católicos carismáticos nada têm a
ver com o batismo com o Espírito Santo narrado na Bíblia Sagrada.
II
- QUAL O OBJETIVO DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO?
As bênçãos de Deus não são dadas a esmo nem as experiências
sobrenaturais colocadas à disposição dos servos de Deus existem
por si sós ou para exaltação e soberba dos que a vivenciam. Muito
pelo contrário, as experiências proporcionadas por Deus têm como
objetivo trazer condições ao Seu servo para que realize os sublimes
propósitos divinos, bem como sirvam para a glorificação do nome do
Senhor.
O
primeiro objetivo
de Jesus para batizar os Seus servos com o Espírito Santo é,
precisamente, fazer
com que o crente possa ser Sua testemunha.
É o que verificamos no texto de At.1:8. Alguém só pode ser
testemunha de alguém se tiver presenciado o fato, se conhecer a
pessoa ou a sua vida e obra. Tanto assim é que a lei brasileira, por
exemplo, diz que não pode ser considerada como testemunha aquele que
nada souber sobre os fatos que estão sendo analisados num
determinado processo (artigo 209, § 2º do Código de Processo
Penal). Como poderia um crente falar a respeito do amor e do poder de
Deus, se não os presenciasse, se não os vivenciasse? Somente o
crente batizado com o Espírito Santo é testemunha plena e completa
da obra de Deus através de Jesus Cristo, pois não só desfruta do
amor de Deus, pois é salvo, como também foi envolvido pelo poder de
Deus através do revestimento de poder.
Jesus
foi o primeiro a anunciar a necessidade do revestimento de poder para
que se pudesse realizar a obra que estava destinada aos Seus
discípulos.
Determinou-lhes que não saíssem de Jerusalém até que do alto
fossem revestidos de poder (Lc.24:49). Para que pudessem levar a
efeito o trabalho de evangelização
de todo o mundo,
como lhes havia sido mandado (Mc.16:15), era indispensável que
tivessem, da parte de Deus, o correspondente poder, o que lhes seria
trazido pelo batismo com o Espírito Santo: " Mas
recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós e
ser-Me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria, e até aos confins da terra."
(At.1:8)
O
próprio Jesus demonstrou, uma vez mais, que, para que se possa
realizar com êxito a tarefa de evangelização, é indispensável o
batismo com o Espírito Santo. Assim, para que o seu vaso escolhido
pudesse realizar a tarefa para o qual estava comissionado, qual seja,
o da pregação do evangelho aos gentios (At.9:15), havia a
necessidade de que Paulo fosse batizado com o Espírito Santo
(At.9:17), tanto que, ainda em Damasco, antes que pudesse, com
eloqüência, pregar o evangelho (At.9:20), já fora revestido de
poder, poder este que o próprio Paulo afirma ter sido fundamental
para o seu ministério (I Co.2:4,5).
O
segundo objetivo
de Jesus para batizar os Seus servos com o Espírito Santo é o de
proporcionar
ao crente a alegria do Espírito Santo.
A Bíblia fala-nos que, uma vez cheios do poder do Espírito, os
discípulos passaram a falar das grandezas de Deus (At.2:11). Estavam
todos alegres, glorificando a Deus e exaltando o nome do Senhor. A
alegria no Espírito Santo é uma característica indispensável para
quem quer ser semelhante a Cristo (Lc.10:21). A alegria é resultado
da ação do poder de Deus nas nossas vidas (cfr. Lc.10:17) e, como
bem afirmou Neemias, quando o povo chorava enquanto ouvia a Palavra
de Deus, "a alegria do Senhor é a nossa força" (Ne.8:10).
Quando somos salvos, recebemos a alegria
da salvação
(Sl.51:12), mas se trata de uma alegria
introspectiva,
interna, enquanto que o gozo advindo da experiência
pentecostal
faz com que ela jorre
para os outros,
se expresse com ousadia e seja capaz de compungir os corações dos
que nos ouvem.
O
terceiro objetivo
de Jesus para batizar os Seus servos com o Espírito Santo é o de
transmitir
poder sobrenatural a eles, propiciando a recepção dos dons
espirituais.
Com o batismo com o Espírito Santo, o crente passa a ser portador de
porção do poder divino, que o torna capaz de operar maravilhas,
sinais e prodígios para a glorificação do nome do Senhor. Cheios
do Espírito Santo, Pedro e João puderam conceder a cura ao coxo da
porta Formosa, dando-lhe aquilo que tinham obtido mediante o
revestimento de poder. Aliás, a concessão deste poder está tão
relacionada ao batismo com o Espírito Santo, que o próprio Jesus o
denominou de "revestimento de poder". É importante, aqui,
observar a expressão bíblica "revestimento",
ou seja, o crente já é vestido de poder, pois recebeu
o Espírito Santo,
foi
por ele gerado,
é uma nova criatura, contra a qual nada pode fazer o mal (I
Jo.5:18), mas, quando batizado
com o Espírito Santo,
passa
a ter um poder todo especial,
que lhe permite efetuar obras maiores até que as que foram feitas
por Jesus em Seu ministério terreno (cfr. Jo.14:12).
O
quarto objetivo
de Jesus para batizar os Seus servos com o Espírito Santo é o de
criar
um ambiente de maior intimidade entre o crente e o Espírito Santo,
que cria um outro patamar espiritual seja na oração, seja no
serviço. O batismo com o Espírito Santo é
um "mergulho", uma "imersão" no Espírito.
A pessoa passa a estar envolvida pelo Espírito Santo, a estar
integralmente sob a influência do Espírito Santo, a desfrutar de
uma intimidade tal que dispensa até mesmo a intermediação de nossa
alma neste relacionamento espiritual (como ocorre quando falamos em
línguas estranhas, cfr. I Co.14:2). Em conseqüência desta
intimidade, o crente pode ser usado mais eficazmente pelo Espírito
Santo e lhe compreende os desígnios com muito mais facilidade, o que
não ocorre com o que não é batizado com o Espírito Santo.
Enquanto Apolo teve de ser orientado por Priscila e Áquila, Paulo
não teve dificuldade em discernir onde o Espírito Santo queria que
ele pregasse o Evangelho.
III
- OS CONCEITOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
O
que é o Batismo com o Espírito Santo?
Diríamos que é:
Revestimento
de poder
- Lc 24:49-
“E eis que sobre vós
envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém,
até que do alto sejais revestidos de poder”.
Unção
- I Jo 2:27
– “E
a unção que vós recebestes dele fica em vós, e não tendes
necessidade de que alguém vos ensine; mas como a sua unção vos
ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela
vos ensinou, assim nele permanecereis”.
Virtude
do Espírito - At 1:8
– “Mas
recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e
ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judéia e
Samaria e até os confins da terra”.Virtude
é poder em ação. É o poder divino para testemunhar de Cristo,
para ganhar os perdidos para Ele e ensinar-lhes a observar tudo
quanto Ele ordenou.
Segundo
o Pr Antonio Gilberto - Da
parte de Deus, o batismo com o Espírito Santo é, a um só tempo:
1.
Uma ditosa promessa -
"a
promessa do Pai"
(At 1.4). O batismo com o Espírito Santo procede da vontade, amor e
promessa de Deus para os seus filhos.
2.
Uma dádiva celestial inestimável -
"o
dom do Espírito Santo"
(At 2.38). O batismo é uma dádiva de Deus aos crentes.
3.
Uma imersão do crente no sobrenatural de Deus -
"sereis
batizados com o Espírito Santo"
(At 1.5). A partícula original desta última referência também
permite a tradução "batizados
no Espírito Santo".
4.
Um revestimento de poder do alto -
"até
que do alto sejais revestidos de poder"
(Lc 24.49). É como alguém estando vestido espiritualmente, ser
re-vestido de poder do céu.
É
importante que tenhamos em mente que, embora o batismo com o Espírito
Santo seja uma manifestação do poder de Deus, esta
manifestação, em absoluto, é uma mera demonstração de poder,
mas é algo que tem um propósito, uma finalidade bem definida: a
evangelização do mundo.
O
batismo com o Espírito Santo não pode ser uma experiência que
esteja separada da salvação e seu objetivo não pode ser outro
senão edificar a vida do salvo que o recebe para tornar eficaz a
pregação do evangelho para os outros que contemplarem e observarem
a vida daquele que recebe a experiência do Batismo. O Espírito
Santo resulta na salvação de outras almas, tem como efeito a
conversão, o novo nascimento de outras pessoas, como se vê desde o
primeiro derramamento, ocorrido no dia de Pentecostes, quando quase
três mil almas foram salvas
em virtude do poder transmitido pelo batismo a Pedro e aos demais
discípulos que com ele estavam no cenáculo (At.2:14,37-41).
IV
- COMO RECEBER O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO-CONDIÇÕES
1)
A pessoa tem que ser salva
– O
batismo com o Espírito Santo é
para quem já é salvo.
Os discípulos ao serem batizados no Dia de Pentecostes: a) Tinham
seus nomes escritos no céu (Lc 10.20); b) Eram limpos diante de Deus
(Jo 15.3
O
novo nascimento é a primeira operação do Espírito Santo.
Sem
ele, ninguém pode entrar no reino de Deus.
Estando-se
debaixo do domínio do Espírito Santo, o indivíduo passa a
desfrutar de outras ações do Espírito em sua vida, uma das quais é
o batismo com o Espírito Santo. Para que alguém seja batizado com o
Espírito Santo, é fundamental que tenha nascido de novo, mesmo que
este novo nascimento tenha sido, aos olhos humanos, concomitante ao
batismo com o Espírito Santo,
na verdade é indispensável que alguém tenha se convertido para que
possa ser batizado com o Espírito Santo.
2)
Obedecer(At
5:32)
“e
nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o
Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.”
–
3)
Crer ba Promessa divina do Batismo com Espírito Santo
-
O batismo é chamado "a promessa do Pai" (Lc 24.49; At
1.4).”...Se creres verás a glória de Deus”(Jo 11:40).
4)
Buscar com sede, em oração
- A
oração é um elemento necessário e indispensável para o crente
obter o batismo com o Espírito Santo. “Ora,
vós que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos,quanto
mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho
pedirem?”(Lc
11:33).”Todos
estes perseveravam unânimes em oração...”(At
1:14).
A
Bíblia informa-nos que, embora tivesse feito a promessa do
revestimento de poder, o Senhor determinou aos Seus discípulos que
aguardassem o cumprimento desta promessa em Jerusalém, não
precisando quando nem como ela viria. Os
discípulos, diz-nos o texto sagrado, foram, então, para o cenáculo
e lá ficaram orando durante dez
dias
até que, no dia de Pentecostes, foram revestidos de poder.
A
Bíblia, também, nos informa que, em
Samaria,
o batismo com o Espírito Santo somente veio quando os discípulos
impuseram as mãos sobre os crentes samaritanos e começaram a orar.
Isto mostra, claramente, que foram batizados aqueles que, sabendo da
promessa e do intuito da oração dos discípulos, dispuseram-se a
orar e a permitir que fossem alvo da imposição de mãos dos
apóstolos.
Com
relação a Paulo, também não foi diferente.
Paulo
estava orando já há alguns dias, desde a sua conversão e, quando
Ananias chegou, este fez uma oração e Paulo acabou sendo cheio do
Espírito Santo, sendo de se observar que tal circunstância, ante o
silêncio do texto bíblico, não causou surpresa a Ananias, o que
nos permite inferir que era algo comum que alguém que estivesse
orando e buscando a Deus, obtivesse esta bênção de poder.
Na
casa de Cornélio
não houve uma busca consciente do batismo no Espírito Santo,
operação que tinha, da parte de Deus, um propósito de superação
de barreiras culturais que poderiam impedir a conversão e
reconhecimento daqueles novos crentes por parte da igreja primitiva,
mas não é de se desprezar a circunstância de que o texto sagrado
nos dá conta de que Cornélio e a sua casa estava ansiosa e toda
reunida à espera da chegada de Pedro, numa clara demonstração de
que buscavam eles a presença de Deus, ainda que o fizessem, como
gentios que eram, na forma do tatear (cfr. At.17:27).
Por
fim, a mesma disposição vamos presenciar nos discípulos
de Éfeso
que, após terem sido batizados em água, aceitaram ter a imposição
de mãos e, conscientemente, buscaram e obtiveram o batismo com o
Espírito Santo.
O
maior ensino de insistência
quando
o assunto é o batismo com o Espírito Santo, é o proferido por
Jesus no sermão do monte (Mt.7:7-11).
5)
Viver em Obediência à vontade do Senhor
– “Ora,
nós somos testemunhas deste fatos, e bem assim o Espírito Santo,
que Deus outorgou aos que lhe obedecem”(At
5.32). Para você que busca o batismo, há alguma área da sua vida
não submissa totalmente a Cristo?
V.
OS RESULTADOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
1)Edificação
espiritual individual.
Mediante o cultivo das línguas recebidas com o batismo, o crente é
edificado pessoalmente (1 Co 14.4,15).
2)
Maior dinamismo espiritual.
Isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para
testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20).
3)Maior
desejo e resolução para orar e interceder
(At 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26). O crente cheio do Espírito
ora e intercede constantemente a favor dos filhos de Deus.
4)Maior
glorificação do nome do Senhor.
Isto "em espírito e em verdade", nos atos e na vida do
crente (Jo 16.13, 14).
5)Ousadia
e eficácia no testemunho e na pregação
(At 1:8; 4:31, 33; 6:8-10; Rm 15:18-19; I Co 2:4).
6)
Operação de Sinais e Maravilhas
(At 6:8; I Co 2:4; Rom 15:18-19).
7)Maior
sensibilidade contra o pecado que entristece o Espírito Santo, maior
busca de retidão, percepção mais profunda do juízo divino contra
a impiedade
(Jo 16:8; Ef 4:30).
8)Maior
amor à palavra de Deus e melhor compreensão dela (Jo
16:13; At 2:42).
9)Submissão
aos que estão em autoridade sobre nós
(Gl 5:18-21; Hb 13:7; 13:17).
10)
Capacita o crente ao ministério evangelistico((At
1.8; 8.1-40).
11)
Capacita
o crente
a
falar em outras línguas
(At 2.4; 10.46,46).
12)
Capacita o crente a servir a igreja em suas necessidades sociais
(At 6.1-7).
13)
Capacita o crente a glorificar e orar a Deus poderosamente
(At 10.45,46; 16.15; 4.31; Ef 5.18-20; Cl 3.16; Rm 8.26; Jd
v.20).
14)
Capacita
o crente atender a chamada ministerial específica
(At 13.1-4; 26.29; 10.1-48; At 20.24).
Por
essas e outras inumeráveis razões o crente deve orar e glorificar
intensamente a Deus a fim de que receba a magnífica promessa do
batismo no Espírito Santo.
VI
– CONCLUSÃO
O
batismo com o Espírito Santo continua sendo o instrumento
indispensável e necessário para que possamos enfrentar o nosso
adversário e ganhar almas para o reino do Senhor, a começar da
nossa própria (pois de nada adianta o homem ganhar o mundo inteiro e
perder a sua própria alma - Mt.16:26). Jesus é o mesmo (Hb.13:8) e,
deste modo, não haveria de mudar. Se determinou aos discípulos que
aguardassem o revestimento de poder para que, com êxito, cumprissem
a Sua vontade, se é Seu desejo que todos os crentes sejam batizados
com o Espírito Santo, não haveria de, agora, às vésperas de Sua
volta, alterar os Seus desígnios, modificar a Sua vontade. Sendo
assim, se o(a) querido(a) irmão(ã) ainda não é batizado(a) com o
Espírito Santo, o que está a esperar? Comece, agora mesmo, a buscar
esta promessa, que é para tantos quantos Deus nosso Senhor chamar
(At.2:39b).
---------
Elaboração:
Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD/Assembléia de Deus
–Ministério Bela Vista/Fortaleza-CE.
----------
Fonte
de Pesquisa:
PORTAL EBD - Comentário Bíblico do Prof. Dr. Caramuru Afonso
Francisco, Prof Antonio Sebastião da Silva; Bíblia de
Estudo-Aplicação Pessoal. Revista Ensinador Cristão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário