OS
DONS DO ESPÍRITO SANTO
Subsídio Teológico
Subsídio Teológico
Leitura
Bíblica:
1 Co 12.1, 4-11, 28; Ro 12.6-8.
INTRODUÇÃO
Uma
das formas de operação do Espírito Santo, na atual dispensação,
é através da concessão de dons aos servos do Senhor. Os dons
espirituais são dádivas, poderes que o Espírito Santo concede a
alguns crentes, a fim de que seja evidenciada, no meio do povo de
Deus, a presença do Senhor e seja confirmada a pregação do
Evangelho(Mc.16:20), ele próprio poder de Deus para a salvação de
todo aquele que nele crê (Rm.1:16). Não podem ser considerados
indicativos de santidade, pois são concedidos não por mérito, mas
dados “a
casa um para o que for útil”(1
Co 12:7, de acordo com a vontade do Espírito Santo.Mas, somente
possui dons espirituais aqueles que forem, antes, revestidos de
poder. Este princípio bíblico, nem sempre ensinado pelos estudiosos
da Bíblia Sagrada, decorre do próprio teor das Escrituras. Não
vemos os discípulos exercerem os dons espirituais antes de serem
revestidos de poder. Na nossa atual dispensação, é necessário que
o Espírito Santo reparta os dons espirituais conforme a Sua vontade
entre os crentes, mas somente aqueles crentes que já estiverem
envolvidos pelo Espírito, a quem se transmitiu poder, transmissão
esta que é feita única e exclusivamente por força do batismo com o
Espírito Santo. Todos os crentes que são mencionados como
portadores de dons espirituais no livro de Atos dos Apóstolos, são
crentes que foram, antes do exercício destes dons, revestidos de
poder, batizados com o Espírito Santo. É o que vemos na vida de
Pedro, Paulo, Filipe e Estêvão, para ficarmos nos principais
exemplos.
No
avivamento da rua Azusa, não só houve o revestimento do poder, como
o Senhor também concedeu dons a diversos crentes, como tem feito
desde então. Preocupante, porém, tem sido a negligência da
esmagadora maioria dos crentes pentecostais na atualidade na busca
destes dons, uma necessidade premente na Igreja, notadamente quando
se aproxima o dia da volta de Cristo, o que faz com que vivamos dias
trabalhosos, de aumento da iniqüidade e, portanto, de grande
opressão maligna, situação que exige de cada um de nós a obtenção
do máximo de poder de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
I
- CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Muitos
são os que acham que os portadores de dons espirituais são crentes
superiores aos demais, que têm um nível maior de espiritualidade e
que, em razão disto, desfrutam de uma posição diferenciada no meio
da comunidade. Este pensamento, inclusive, tem feito com que muitos
crentes andem à procura destes irmãos a fim de que obtenham curas
divinas, maravilhas, sinais ou profecias, num comportamento
totalmente contrário ao que determina a Palavra de Deus, que ensina
que os sinais seguem os crentes e não os crentes correm atrás de
sinais (Mc.16:17,20).
Os
dons espirituais são chamados, no original grego, de "charismata",
palavra que significa "graças", ou seja, os dons
espirituais são dádivas, são favores imerecidos que Deus concede
aos homens que estão dispostos a servi-lO e que, por obediência, já
alcançaram o batismo com o Espírito Santo. A
verificação do significado da palavra "charismata" é
muito importante, pois demonstra, de forma cabal, que os dons
espirituais são concessões divinas, decorrem do exercício da Sua
infinita misericórdia, não havendo, portanto, qualquer merecimento,
qualquer mérito por parte daqueles que são aquinhoados pelo
Espírito Santo com um dom espiritual.
O dom
espiritual é concedido não porque alguém seja mais espiritual ou
melhor do que outro, mas em virtude da soberana vontade do Senhor.
Quem o diz não somos nós, mas a própria Palavra de Deus: "Mas
um só mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer."
(I Co.12:11).
Os
Dons espirituais não se confundem com os Dons Ministeriais
- A distinção está na própria forma pela qual as Escrituras
mencionam e tratam cada uma destas figuras. Enquanto que os
dons espirituais
são mencionados como sendo repartidos particularmente pelo Espírito
Santo, segundo a Sua vontade, para a edificação espiritual dos
crentes, para utilidade dos crentes (I Co.12:4-11), os
dons ministeriais
são tratados como dádivas vindas da parte de Jesus, para o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação da igreja (Ef.4:11,12). Não se trata de operações
episódicas, de demonstrações esporádicas e temporalmente
limitadas, com vistas a um consolo, uma exortação, o suprimento de
uma necessidade ou uma instantânea manifestação do poder de Deus
para a igreja e, mesmo, para os não salvos, mas de uma atividade
contínua,
no meio do povo de Deus, para que a igreja cumpra com suas tarefas
neste mundo, quais sejam, a evangelização e o aperfeiçoamento dos
salvos, ou seja, os dons ministeriais são dádivas que são
concedidas à igreja pelo seu máximo governante, pela sua cabeça
que, como comandante-chefe da Igreja, escolhe, dentre os Seus servos,
aqueles que devem coordenar, dirigir e orientar o povo de Deus.
Através
dos dons ministeriais, Cristo concede à Igreja homens que,
diuturnamente, estarão servindo ao corpo de Cristo, que serão, eles
mesmos, verdadeiros dons para a igreja.
II
- EXPLANAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS DONS
1.
Dons espirituais de manifestação do Espírito
- No meio pentecostal, principalmente entrre os evangélicos da
Assembléia de Deus, que ainda acreditam na operação dos dons
espirituais, é dito que os dons
espirituais
são nove,
dizer este que se baseia na lista mais completa de dons espirituais
que se encontra no Novo Testamento, que se encontra em I
Co.12:8-10.
Entretanto, além desta relação, que é a mais conhecida e a mais
pormenorizada, temos, também, a relação
constante de Rm.12:6-8,
que não é uma relação tão completa quanto a primeira e que
parece misturar dons espirituais com dons ministeriais (até porque o
texto não é específico com relação aos dons espirituais como é
o anteriormente mencionado). Mesmo se levarmos em consideração
apenas a relação de I Coríntios, não podemos nos esquecer de que
um dos itens da relação fala dos "dons
de curar" (I Co.12:9),
dando a entender, portanto, que há
mais de um dom de curar,
o que torna, também, precário
o entendimento de que os dons espirituais sejam apenas nove.
Assim, não
podemos afirmar com respaldo bíblico que somente haja nove dons
espirituais.
Entretanto, tal posição bíblica não pode servir de base para que
se adicionem outros dons de modo aleatório e sem qualquer respaldo
Bíblico, manifestações que, no mais das vezes, não se coadunam
com os propósitos e finalidades dos dons espirituais, cuja presença
na igreja, inevitavelmente, trará
confirmação da pregação do Evangelho, edificação espiritual,
consolação, exortação e um maior envolvimento da igreja local com
o Senhor e a Sua obra.
Com
base na Leitura Bíblica de 1 Co 12:8-10 podemos dividir os dons
espirituais em três categorias, a saber:
A)
Dons que manifestam o SABER de Deus, ou dons da ciência
- são
dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas revelem mistérios
ocultos aos homens, com a tomada de atitudes e condutas que
evidenciem que Deus sabe todas as coisas e que nada Lhe fica oculto.
São
evidências da onisciência divina
no meio do Seu povo. São eles:
A.
1)A palavra da sabedoria (1 Co 12.8).
É o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que
dêem, em ocasiões especiais e de forma sobrenatural, palavras
orientadoras e que nos fazem sair de situações difíceis. A
sabedoria, aqui, é a habilidade de agir ou falar em conformidade com
a razão e a moral, com prudência e experiência de vida, com
sensatez e equilíbrio. Trata-se não só de uma pessoa que tenha
conhecimento (o que é “erudição”), nem tampouco da pessoa que
demonstra criatividade e, diante dos recursos existentes, consegue
construir algo que lhe dá o máximo de aproveitamento da
oportunidade surgida (o que é “inteligência”), mas, sobretudo,
a capacidade de associar os recursos, o ambiente, a situação para
dela se obter o máximo proveito, não só para si, mas,
principalmente, para a glória do nome do Senhor. A sabedoria, como
as Escrituras informam, é algo que está além da razão humana, vem
diretamente de Deus e tem no temor ao Senhor o seu princípio
(Sl.111:10a). É
um dom necessário ao pastoreio, na administração e liderança.
A.2)A
palavra da ciência (1 Co 12.8).
É o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que
tenham conhecimento sobrenatural de coisas. Sem que haja qualquer
comunicação natural a respeito de um fato, o Senhor permite ao
servo portador deste dom que tenha acesso a fatos e as ocorrências
que estavam ocultas, com o propósito único e exclusivo de edificar,
exortar e promover o crescimento espiritual de alguém.
Vemos, pois, que nada há, neste dom, que o nivele a um mero
exercício de adivinhação, como, lamentavelmente, se tem
disseminado em muitos lugares. A adivinhação não passa de uma
imitação fajuta e irrazoável deste dom, no mais das vezes sendo
pura operação maligna (At.16:16), vez que tal prática é
abominável aos olhos do Senhor (Lv.20:27; Ez.12:24).
A.3)Discernir
os espíritos (1 Co 12.10).
É o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que
identifiquem operações espirituais em acontecimentos e fatos
do cotidiano.
Por intermédio deste dom, percebemos o aspecto espiritual envolvido
nas mais diversas e simples ocorrências do dia-a-dia, não nos
deixando cair nos laços do adversário, bem como nos precavendo até
aquele grande dia, cuja proximidade também é resultado do nosso
discernimento espiritual. É importante observar, como vimos na lição
13 do trimestre anterior, que o
dom do discernimento é uma identificação súbita e momentânea,
numa determinada situação, da operação espiritual, não se
confundindo com o discernimento corriqueiro que todo cristão deve
ter,
por estar em comunhão com o Senhor e ter em si o Espírito Santo que
o orienta a cada dia.
B)
Dons que manifestam o PODER de Deus
-
são dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas efetuem
demonstrações sobrenaturais do poder divino, com a realização de
milagres, de maravilhas e de coisas extraordinárias, que confirmem a
soberania de Deus sobre todas as coisas e a Sua presença no meio da
igreja. São
evidências da onipotência divina no meio do Seu povo.
B.1)
Fé (1 Co 12.9).
É o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que
alguém tenha uma fé especial, pela qual se fez, num instante, algum
sinal ou prodígio específicos. Esta fé extraordinária, que se
aproxima daquela do “grão de mostarda” de que disse Jesus
(Mt.17:20), permite a realização de algo igualmente inexplicável
por parte do cristão, num momento, para a glorificação do nome do
Senhor.
B,2)
Dons de curar (1 Co 12.9).
Literalmente, "dons de curas". São dons de manifestação
de poder sobrenatural pelo Espírito Santo para a cura das doenças
do corpo, da alma e do espírito, dos crentes quanto dos incrédulos.
Não
devemos confundir os dons de curar com o sinal de cura de enfermos,
que se trata de uma operação divina feita para a confirmação da
pregação do Evangelho.
Os dons de curar são repartidos pelo Espírito Santo especificamente
a alguns, enquanto que, na operação de cura, Deus Se manifesta para
confirmar a Sua Palavra.
B.3)
Operação de maravilhas (1 Co 12.10).
São operações
de
milagres
extraordinários e espantosos
pelo poder de Deus, para
despertar e convencer os incrédulos.
É o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que
eles operem milagres, operações sobrenaturais distintas da cura de
enfermidades. A Bíblia ressalta que, pelas mãos de Paulo,
maravilhas extraordinárias eram realizadas (At.19:11). O
milagre ou maravilha é um acontecimento cuja explicação foge à
razão humana,
é uma intervenção divina direta no curso das coisas, que contraria
as próprias leis naturais.
C
) Dons que manifestam a MENSAGEM de Deus, ou dons de locução ou de
fala
- são dons dados pelo Espírito Santo para que as
pessoas sejam instrumentos da voz do Senhor, para que o Espírito
Santo demonstre que Se comunica com o Seu povo. São
evidências da onipresença
divina no meio do Seu povo, uma presença que nos faz descansar e que
nos traz edificação.
C.1)Profecia
(1 Co 12.10).
É um dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo
Espírito, para a edificação, exortação e consolação do povo de
Deus (1 Co 14.3). A
profecia é uma demonstração de que Deus está conosco a todo
instante
e que compartilha de nossos sentimentos, fazendo questão de lhos
manifestar para que, sentindo a Sua compaixão, ajamos de acordo com
a Sua vontade. A profecia, também, é uma forma de os incrédulos
perceberem a presença de Deus e, ante esta percepção, terem o
devido temor, que poderá lhes levar à conversão (I Co.14:22-25).
Além do mais, como já dissemos supra, a profecia é necessária
para impedir a corrupção do povo de Deus. Apresenta-se, assim, como
uma verdadeira manifestação de alívio e de descanso ao crente que,
revigorado pela profecia, tem alento para prosseguir na sua caminhada
rumo ao céu.
C.2)Variedade
de línguas (1 Co 12.10).
É o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que
falem em línguas estranhas, de forma sobrenatural, para o fim de
edificação
própria de quem fala.
É o dom mais disseminado no meio do povo de Deus, até porque é,
também, aquele que é mais buscado.
O
dom de línguas não se confunde com o sinal do batismo com o
Espírito Santo.
O sinal do revestimento de poder é o falar em línguas estranhas,
mas o dom de variedade de línguas é algo diverso, pois se trata de
uma comunicação que se estabelece em mistério entre Deus e o
homem, uma comunicação direta do espírito humano com o Espírito
de Deus, tanto que o
intelecto humano dele não participa.
Sua
finalidade, como vimos, é promover a edificação espiritual
individual daquele que fala.
C.3)Interpretação
das línguas (1 Co 12.10).
É o dom concedido pelo Espírito Santo a alguns crentes para que
interpretem as línguas estranhas faladas por eles ou por outros,
para o fim de que a mensagem edifique também a igreja e não apenas
quem está falando em línguas. Não
se trata de "tradução de línguas", mas de "interpretação
de línguas".
Tradução tem a ver com palavras; interpretação com mensagem. É,
por isso, que o apóstolo Paulo aconselha que quem tem o dom de
variedade de línguas busque o dom de interpretação (I Co.14:13),
pois, assim fazendo, a sua edificação individual se tornará
coletiva, além do que seu entendimento também será enriquecido com
a sua edificação espiritual. Partir-se-á de uma operação íntima,
da qual nosso intelecto não participa, para uma operação que trará
fruto para a igreja e para a própria alma do que fala em língua
estranha.
Entretanto,
é com pesar que verificamos que este dom é um dos que menos se
apresenta na igreja na atualidade, o que causa grande prejuízo
espiritual. Se hoje muitos se surpreendem com o fato de grupos
idólatras estar falando em línguas estranhas e se existe muita
mistificação e falsificação do dom de línguas nas nossas
próprias igrejas locais, na atualidade, isto se deve, em grande
parte, a esta negligência na busca do dom de interpretação de
línguas, pois se
o dom de interpretação estivesse tão ativo quanto o dom de
variedade de línguas, identificaríamos as falsificações e as
imitações demoníacas não causariam tanto abalo na fé de muitos
como têm causado.
Observamos,
portanto, que cada dom espiritual tem uma finalidade específica no
meio do povo de Deus, tem um propósito, que é o de dar condições
para que o crente prossiga a sua jornada em direção a Jerusalém
celestial. Tem-se, portanto, no exercício dos dons espirituais, uma
inequívoca demonstração do poder de Deus (I Co.2:4), mas sem
qualquer oportunidade de exibicionismo ou de glorificação humana,
mas única e exclusivamente para a glória de Deus e para pregação
do Cristo crucificado (I Co.2:2). É com base nesta peculiar
circunstância que podemos identificar e repudiar todas as inovações
que hoje contagiam muitas igrejas locais, em especial os “novos
dons” e a tão desejada e nunca explicada “nova unção”.
Observamos
que, na relação dos dons espirituais, não há o chamado “dom
de revelação” ou “dom de visão”,
“dons” que são constantemente mencionados e considerados no meio
de alguns integrantes do povo de Deus que não têm o costume de ler
e meditar na Palavra de Deus. O
“dom de revelação”, na verdade, é o dom da palavra da ciência,
não podendo ser confundido, como já dissemos, com verdadeiras
adivinhações que têm perturbado o povo de Deus nos nossos dias.
Deus não tem qualquer propósito de fazer com que alguns de Seus
servos sejam “adivinhos”, pois Ele abomina a adivinhação, que é
típica operação maligna. A
revelação de fatos ocultos tem tão somente o propósito de
edificar o povo de Deus, jamais de envergonhar quem quer que seja.
Já o chamado “dom de visão” não tem qualquer respaldo bíblico.
É verdade que existe a operação de visão, uma operação divina
em que Deus mostra algo para algum servo Seu, mas também com o
propósito de proporcionar a edificação de quem vê ou da igreja,
jamais para devassar a intimidade ou envergonhar alguém.
2.
Dons espirituais de ministérios práticos
(Rm
12.6-8).
Além
dos dons espirituais propriamente ditos, que são manifestações do
poder de Deus, momentâneas e esporádicas, para edificação,
exortação e consolação dos crentes, o Espírito Santo, também,
concede à Igreja os chamados “dons
de serviço”
ou “dons
assistenciais”,
ou ainda,“dons
espirituais para ministérios práticos”,
que são dádivas concedidas para
o
exercício
contínuo dos crentes,
mediante ações que gerem boas obras para a glorificação do nome
do Senhor (Mt.5:16). A relação de Rm.12:6-8 envolve sete
dons,
dos quais analisaremos
apenas os seis
considerados
“assistenciais”,
visto que a profecia, como já dissemos, embora esteja na lista, deve
ser considerada ou um dom espiritual propriamente dito, ou um dom
ministerial.
a)
Ministério
(Rm 12.7).
Consiste
na “…disposição,
capacidade e poder, dados por Deus, para alguém servir e prestar
assistência prática aos membros e aos líderes da igreja, a fim de
ajudá-los a cumprir suas responsabilidades para com Deus (cf.
At.6:2,3)…” (BÍBLIA
DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a Rm.12.7, p.1722). Nos dias em que
vivemos, onde muitos só querem “ser cabeça e não cauda”, a
disposição para ser ajudante, assistente, adjunto, coadjutor é
muito pequena entre muitas pessoas. No entanto, quando vemos a
biografia dos grandes homens de Deus, sempre verificamos que eles não
estavam sós e que seus ministérios dependiam, sempre, de pessoas
que estavam dispostas a ajudá-los. Moisés
tinha Arão, Hur e Josué; Davi, Joabe, Abisai e seus valentes;
Salomão, uma equipe ministerial de primeira linha; Elias, Eliseu e
Eliseu, por sua vez, o seu moço; Jeremias, Baruque e o próprio
Senhor Jesus, os discípulos,
incluídas aí as mulheres que acompanhavam Jesus em Seu ministério
(Lc.8:3). Saibamos valorizar aqueles que ajudam e os que são
chamados a ajudar não se sintam menosprezados, pois seu papel é
fundamental para o sucesso daquele que é ajudado.
Àqueles
que são chamados para servir, para ajudar, manda o apóstolo que,
efetivamente, ajudem, que sirvam, que auxiliem. É com tristeza que
temos verificado, a cada dia, que, nas igrejas locais, aqueles que
são postos como auxiliares não o fazem, ostentam apenas uma
denominação de “vice-superintendente”, “professor
assistente”, “segundo secretário”, “segundo tesoureiro”,
“regente auxiliar”, “vice-líder” e assim por diante, mas
que, no momento da ajuda, não comparecem, não são assíduos e não
demonstram sentido algum de responsabilidade, justificando que “estão
ali apenas para ajudar, se for necessário”, confundindo ajuda com
substituição. Paulo é bem claro ao mostrar que os que têm o dom
de ministério devem fazê-lo, ou seja, devem estar dispostos a
ajudar, a auxiliar, não apenas substituir na falta ou na
impossibilidade. Ajudar
não é substituir, muito menos suceder, mas estar ao lado e disposto
a fazer o que for necessário, mesmo na presença de quem é o
responsável.
Será que temos cumprido o encargo da ajuda?
b)
Ensinar
(Rm 12.7).
É o dom espiritual de ensinar, tanto na teoria, como na prática;
ensinar fazendo; ensinar a fazer e a entender. Não
confundir com o ministério de ensino de Efésios 4.11 e Atos 13.1.
Este
dom é
“…a
disposição, capacidade e poder dados por Deus para o crente
examinar e estudar a Palavra de Deus, e de esclarecer, expor,
defender e proclamar suas verdades, de tal maneira que outras pessoas
cresçam em graça e em piedade…”
(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a Rm.12:7, p.1722). O ensino foi
posto pelo Senhor Jesus ao lado da evangelização como tarefa
primordial da Igreja sobre a face da Terra (Mt.28:19,20), até porque
o
ministério terreno de Cristo pode ser resumido a duas tarefas: fazer
e ensinar (At.1:1).
Isto nos mostra como é importantíssimo este dom ministerial na
Igreja, pois a falta de conhecimento gera a destruição do povo
(Os.4:6). Não é por outro motivo que não
se concebe que alguém seja separado para o episcopado sem que tenha
condições para ensinar (I Tm.3:2), característica que sempre deve
existir na vida de um obreiro (II Tm.2:24).
Infelizmente,
muitos são os ministros que não têm aptidão para o ensino, o que
é uma lástima e um retrocesso na igreja, algo que não se pode
justificar com o crescimento quantitativo e que, por causa do descaso
para com o ensino, jamais poderá se tornar em crescimento
qualitativo do povo de Deus. A
falta de ensino leva à destruição do povo de Deus
e é preciso acordarmos para isso. As heresias e os modismos têm
encontrado guarida em nosso meio por causa deste menosprezo a que tem
sido relegado o ensino em nossas igrejas locais. Despertemos enquanto
é dia, antes que seja tarde demais!
c)
Exortar
(Rm 12.8). Exortar
aqui, é como dom: ajudar, assistir, encorajar, incentivar,
estimular,
animar,
consolar, unir pessoas separadas, admoestar.
Na vida terrena, temos, sempre, aflições, como nos disse o Senhor
Jesus, mas é necessário que tenhamos sempre bom ânimo. Este ânimo
é dado pelo Senhor e, portanto, é fundamental que as pessoas a quem
o Senhor tem concedido este dom o exercitem, de modo a impedir que os
crentes sejam tomados pelo desânimo, em especial nos instantes de
aumento da iniqüidade como os vividos pela Igreja neste período
imediatamente anterior à vinda do Senhor.
O
bom ânimo, a disposição é fundamental para que se faça algo na
obra do Senhor. Quem nos mostra é o próprio Deus, que deu palavras
de ânimo a Josué antes que se iniciasse, efetivamente, a sua gestão
diante do povo de Israel(Js.1:6), como também o conselho que Davi,
homem segundo o coração de Deus, ministrou a seu filho Salomão,
pouco antes de morrer e após ter mandado aclamá-lo como novo rei
sobre Israel(I Cr.22:13; 28:20) ou palavras de Jesus em algumas
ocasiões (Mt.9:2,22; Mc.6:50; Lc.8:48). Paulo, mesmo, usou deste dom
no retorno às igrejas que fundara ao término da sua primeira viagem
missionária (At.14:22).
d)
Repartir
(Rm 12.8).
O sentido é doar generosamente, oferecer; distribuir aos
necessitados sem esperar recompensa ou reconhecimento, movido pelo
Espírito. Este dom ocupa-se da benevolência,
beneficência,humanitarismo, filantropia, altruísmo.
Jesus
disse que sempre haveria pobres sobre a face da Terra (Jo.12:8),
não fugindo desta realidade nem mesmo aqueles que pertencem à
igreja, como nos mostra o episódio que levou à criação do
diaconato (At.6:1-3). Desde o início da história da igreja, havia
aqueles que padeciam de necessidades para sobreviver (cf. At.2:45;
4:35). Se é verdade que Deus tem promessa de que o justo não será
desamparado e que sua descendência não mendigará o pão
(Sl.37:25), isto se deve, em grande parte, ao fato de que o Senhor,
na igreja, proporciona aqueles que repartem o que têm com quem tem
necessidade.
A
função de assistência social na Igreja é uma das suas pedras de
toque e, sem dúvida, uma das formas mais poderosas de demonstrarmos,
ao mundo, a nossa diferença e o amor de Deus que está em nossos
corações.
O
apóstolo Paulo determina que a repartição se dê com liberalidade,
de modo generoso, sem mesquinhez, sem avareza. Além de termos poucos
repartidores na atualidade, quando este dom é encontrado, está
muito aquém da medida recalcada e sacudida, que é a forma como Deus
nos abençoa (Lc.6:38). Já imaginaram se Deus fosse tão mesquinho
conosco como, às vezes, temos sido na ajuda aos necessitados?
e)
Presidir (Rm 12.8).
Aqui,
o apóstolo fala-nos do governo na igreja, mostrando que, apesar de
Cristo ser a cabeça da igreja, Ele constitui servos Seus para
presidirem sobre o Seu povo.
Infelizmente,
muitos, nos nossos dias, não se comportam segundo este modelo
bíblico. Presidem como se fossem verdadeiros soberanos do mundo,
querendo que tudo e todos estejam à sua disposição, criando
estruturas que não diferem em coisa alguma das estruturas dos que
“…julgam ser príncipes das gentes, [que] delas se assenhoreiam e
os seus grandes usam de autoridade sobre elas” (Mc.10:42). Acham
que têm domínio sobre o rebanho, esquecendo-se que este rebanho é
de Deus (I Pe.5:3), comportamento que leva a uma série de distorções
e desvios, com enorme prejuízo espiritual.
Na
“presidência”, o dirigente da igreja local deve agir sempre com
cuidado (Rm.12:8), até porque está a tratar e administrar algo que
não lhe pertence, que é a Igreja de Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
Por causa deste cuidado, deve, como afirma o apóstolo, admoestar os
crentes, ou seja, é preciso que os dirigentes das igrejas locais
advirtam, instruam os crentes. A primeira e principal tarefa do
“governante” é o de ensinar o povo, de adverti-lo a respeito de
como deve agir enquanto aguarda Jesus. Todo “governante” deve
ser, antes de mais nada, um mestre e é por isso que um dos
requisitos para a separação de obreiros é o da aptidão para
ensinar (I Tm.3:1). Lamentavelmente, nos nossos dias, cada vez mais
pessoas despreparadas têm sido, imprudentemente, conduzidas à
frente de igrejas locais (quando não se conduzem a si próprias),
causando enormes prejuízos para o trabalho de evangelização e de
aperfeiçoamento dos santos, em suma, para o trabalho da igreja.
A
função do “governante” da igreja local, portanto, é estar à
frente do povo, é ser o primeiro dos crentes na linha de combate
contra o pecado e contra o mal.
“Presidir”,
portanto, não é dominar sobre o povo, mas estar à sua frente,
ensinando-lhe por onde e para onde deve ir. Por isso, Pedro adverte
os presbíteros para que não agissem como se tivessem domínio sobre
a herança do Senhor (I Pe.5:3).
f)
Exercitar misericórdia
(Rm 12.8).
É
o dom de transformar em ações, em atitudes concretas o bem que
desejamos a alguém. Misericórdia
é o amor posto em ação,
é a
bondade tornada em ação concreta.
Como diz o apóstolo Tiago, como podemos dizer que amamos alguém se
não suprimos as suas necessidades (Tg.2:14-17), pois o amor não é
amor de palavras, mas amor de obras (I Jo.3:16-18).
A
prática da bondade é um elemento indispensável na vida do crente,
que deverá fazê-lo não só individualmente, como mostra o
testemunho eloqüente de Barnabé no livro de Atos dos Apóstolos,
como também coletivamente,
como dão exemplo robusto as igrejas locais dos tempos apostólicos,
seja a igreja de Jerusalém, sejam as igrejas em Corinto, na Acaia,
ou na Macedônia. O
próprio Jesus, em Seu ministério, tinha um grupo de pessoas que
cuidavam dos pobres, tanto que havia uma bolsa,
que ficava a cargo de Judas Iscariotes, para esta finalidade
(Jo.12:4-8).
O
exercício do dom de misericórdia deve ser feito com alegria.
De nada adianta gastarmos todas as nossas finanças em benefício dos
pobres ou necessitados ou, mesmo, horas a fio de nosso tempo, para
ouvir as pessoas, dar-lhes companhia e conforto, se o fizermos por
obrigação, por necessidade, sem alegria, sem prazer. Qualquer
doação material feita por necessidade é apenas um gasto, uma
despesa,
sem qualquer valor na dimensão espiritual, como também o uso de
horas numa “obra de misericórdia espiritual” nada mais será que
perda de tempo. Se, porém, fizermos com alegria, seremos agradáveis
ao Senhor, porque Ele ama a quem dá com alegria (II Co.9:7).
3.
Dons espirituais na área do ministério.
Esses dons são enumerados em Efésios 4.11 e 1 Coríntios 12.28, 29,
a saber:
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, doutores ou mestres.São
os dons Ministeriais propriamente dito.
Esses
dons ministeriais têm,
por finalidade, trazer maturidade espiritual aos crentes, prepará-los
convenientemente para o exercício das tarefas cometidas pelo Senhor
a cada um deles. Os
dons ministeriais, ao contrário dos dons ditos “assistenciais”,
visam criar condições nos outros crentes para que eles, sim,
exerçam o dom “assistencial” que recebeu do Espírito Santo.
Devemos
distinguir os dons ministeriais dos “títulos ministeriais” ou
dos “cargos eclesiásticos”.
Nos nossos dias, muitos têm confundido estas duas coisas, que são
completamente diferentes. O dom é uma dádiva de Cristo, é um dom
que vem diretamente do Senhor para o crente, dom este que é
percebido pelo crente através da comunhão que tem com Deus e pela
presença do Espírito Santo na sua vida e que independe
de qualquer reconhecimento humano,
mesmo da igreja local. Já os “títulos
ministeriais” e os “cargos eclesiásticos”,
são posições sociais criadas dentro das igrejas locais, posições
estas que, em sua nomenclatura, muitas vezes estão baseadas na
relação de Ef.4:11, como a indicar que o seu ocupante tem o
referido dom ministerial, mas que, nem sempre, corresponde a este
dom. Como a igreja local, via de regra, é também uma organização
humana, acabam sendo criados “títulos” e “posições” com o
propósito de esclarecer a hierarquia administrativa, a própria
estrutura de governo da organização eclesiástica, dados que, se
apenas refletem uma necessária ordem que deve existir em todo grupo
social, nada tem que ver, a princípio, com os dons ministeriais.
São
cinco os dons elencados em Ef 4:11, a saber:
a)
O dom Ministerial de “Apóstolo”
– A palavra “apóstolo”
significa “enviado”, nome pelo qual se designaram os doze
integrantes do grupo mais próximo a Jesus, pessoas que foram
especialmente chamadas pelo Senhor para dirigir o início da obra da
evangelização do mundo (Mc.3:13-15). Nota-se, portanto, que o dom
ministerial de apóstolo tem a ver com o desbravamento do trabalho
evangelizador da Igreja, com o estabelecimento das bases para a
evangelização de uma parte do mundo.
Sendo
um dom ministerial, uma operação de Cristo, feita pelo Espírito
Santo, na igreja, temos de admitir que se trata de um dom que
persiste
nos nossos dias,
mas não devemos nos esquecer que o dom de apóstolo nada
tem que ver com os “títulos” que se têm dado na atualidade e
que, se alguma base bíblica tem, só pode ser a referência de II
Co.11:13.
“…no
NT o termo [apóstolo, observação nossa] se refere a um mensageiro
nomeado e enviado como missionário ou para alguma outra
responsabilidade especial (…). Eram homens de reconhecida e
destacada liderança espiritual, ungidos com poder para defrontar-se
com os poderes das trevas e confirmar o Evangelho com milagres.
Cuidavam do estabelecimento de igrejas segundo a verdade e pureza
apostólicas. Eram servos itinerantes que arriscavam suas vidas em
favor do nome de nosso Senhor Jesus Cristo e da propagação do
evangelho(…). Eram homens de fé e de oração, cheios do
Espírito.(…). Apóstolos, no sentido feral, continuam sendo
essenciais para o propósito de Deus na igreja. Se as igrejas
cessarem de enviar pessoas assim, cheias do Espírito Santo, a
propagação do evangelho em todo o mundo ficará estagnada. Por
outro lado, enquanto a igreja produzir e enviar tais pessoas,
cumprirá a sua tarefa missionária e permanecerá fiel à grande
comissão do Senhor…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Dons
ministeriais para a igreja (estudo). p.1814).
b)
Dom ministerial de PROFETA
-
Quando se fala em profecia, é preciso distinguir, em primeiro lugar,
o sentido que assume esta palavra nas Escrituras, porquanto temos, ao
longo da história da salvação, três manifestações distintas sob
este nome, a saber, o ofício profético, o ministério profético e
o dom espiritual de profecia (este último já estudado no item I.C).
O
ofício profético
inicia-se, segundo alguns, com Abraão, que é a primeira pessoa
denominada de profeta nas Escrituras (Gn.20:7), mas que, segundo
outros estudiosos da Bíblia, este ofício fora
iniciado com Enoque,
vez que Judas menciona ter ele profetizado (Jd.14). O ofício
profético teve como característica principal o da revelação
progressiva do plano de Deus para com o homem. O profeta era o
porta-voz de Deus, aquele que revelava o desconhecido à humanidade,
o propósito divino para a restauração do homem. Neste sentido, o
ofício profético durou até João (Mt.11:13),
pois, com a vinda de Cristo, o próprio Deus Se revelou ao homem, de
forma plena e integral (Hb.1:1). São, pois, totalmente espúrias e
sem qualquer respaldo bíblico a aparição de novos profetas, que
nada mais são que falsos profetas, como é o caso de Maomé, Joseph
Smith, Reverendo Moon e tantos quantos se disserem complementadores
da revelação de Cristo ao mundo.
O
ministério profético,
por sua vez, foi instituído por Cristo (Ef.4:7,11), para a Igreja,
com o propósito de ser o porta-voz de Deus não mais para a
revelação do plano de Deus ao homem, mas para trazer mensagens
divinas ao Seu povo no sentido de encorajar o povo a se manter fiel à
Palavra e para nos fazer lembrar as promessas contidas nas
Escrituras. No Novo Testamento, o profeta não irá acrescer nada do
que foi revelado e se completou no ministério de Cristo, mas trará
informações e palavras que confirmam o que já foi revelado. Ao
vermos os profetas do Novo Testamento, sempre verificamos o propósito
divino de manter os crentes firmes e certos de que o Senhor está no
controle de todas as coisas, para o fim de velar sobre a Sua Palavra
para a cumprir. É o que se vê em At.11:28 e 21:11.
c)
O dom Ministerial de Evangelista
- é o dom de ganhar almas para Cristo e de instruí-las nas
doutrinas fundamentais da vida espiritual (Hb.6:1,2), a fim de que,
superada a fase inicial, possam prosseguir por conta própria na
caminhada para o céu. A principal característica do evangelista é,
portanto, a de que é um instrumento de Deus para trazer as pessoas
ao encontro pessoal com Cristo e de criar as condições mínimas
para a estruturação da vida espiritual. É o anunciador das
boas-novas da salvação, aquele que está na linha de frente do
“ide” de Jesus.
d)
O dom Ministerial de PASTOR
- é o dom de apascentar o rebanho do Senhor, ou seja, de cuidar e
acompanhar o desenvolvimento espiritual dos crentes até o dia do
arrebatamento da Igreja ou da promoção do crente para a glória. O
pastor não é o dono do rebanho (I Pe.5:2), que pertence a Deus,
devendo cuidar dele, levando-o a ter uma boa alimentação, mediante
a exposição da Palavra de Deus, que é o alimento espiritual, bem
assim apontando a direção que os crentes devem caminhar,
utilizando-se, para tanto, da vara, que, ao contrário do que se
pensa, não é um instrumento para ferir ou castigar a ovelha, mas um
mecanismo pelo qual o pastor encaminha a ovelha para o caminho certo,
sem falar que também serve para medir a ovelha e, assim, aferir a
sua saúde e desenvolvimento. Além disto, o pastor, também, deve
usar o cajado, que é um instrumento feito para retirar a ovelha dos
“becos sem saída” da vida, dos lugares aonde foi e de onde não
consegue sair por força própria. O pastor, por fim, é alguém que
deve mostrar aos demais crentes a sua fé e a sua maneira de viver, a
fim de que elas sejam imitadas pelos demais (Hb.13:7).
e)
O dom Ministerial de Mestre ou Doutor
- é o dom de ensino do povo de Deus, dom qque, a um só tempo, se
constitui tanto em um dom assistencial, como vimos supra, como também
em um dom ministerial propriamente dito, o que mostra a sua
importância, vez que tanto é uma tarefa que deve ser levada a
efeito pelo seu portador, como também dá condições a que os
demais cresçam espiritualmente. É
importante salientar que o texto sagrado fala do dom de Mestre em
conjugação com o dom de Pastor, a nos indicar que quem tem o dom de
pastor terá, necessariamente, o de mestre, embora o contrário possa
não se dar.
Por isso, um dos requisitos para a separação ao ministério é o de
ser apto para ensinar (I Tm.3:2.
III
- CONCLUSÃO
A
posse dos dons espirituais é, sem dúvida, uma grande bênção que
Deus nos dá, é mais um talento concedido pelo Senhor aos Seus
servos, é mais uma ferramenta que é colocada à disposição da
Igreja através de um vaso escolhido. Indubitavelmente, devemos, como
servos do Senhor, buscar os dons espirituais, pois eles indicam que
há um crescimento espiritual do seu detentor, mas por vontade e
misericórdia de Deus, para a Sua glorificação e a edificação
espiritual do povo de Deus, que é a menina dos olhos do Senhor
(Zc.2:8). Quem
recebe um dom espiritual deve estar consciente que, em razão deste
dom, não foi feito melhor dos que os demais irmãos,
mas, bem ao contrário, foi-lhe dada uma responsabilidade ainda
maior, de forma que deverá, sempre, usar este dom conforme a vontade
do Senhor e de acordo com as Escrituras, pois deve sempre exercer
este dom para a glória do nome do Senhor. O dom deve ser usado livre
de escândalos, engano, falsificação, mas dentro da decência e da
ordem que a Palavra de Deus preceitua (1 Co 14.26-40).
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Elaboração:
Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD/Assembléia de Deus
–Ministério Bela Vista/Fortaleza-CE.
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Fonte
de Pesquisa:
PORTAL EBD - Comentário Bíblico do Prof. Dr. Caramuru Afonso
Francisco, Prof Antonio Sebastião da Silva; Bíblia de
Estudo-Aplicação Pessoal.
Bíblia De Estudo Pentecostal.
Revista Ensinador Cristão.
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